Ricardo Giassetti
John Fitzgerald Kennedy, 35º presidente americano, foi morto
a tiros em Dallas, no Texas, às 12h30 de 22 de novembro de 1963 – e estes são
os únicos fatos sobre o assassinato dos quais ninguém discorda. A Comissão
Warren, responsável pela investigação, apressadamente apontou Lee Harvey Oswald
como autor solitário do crime, o que só fez aumentar as teorias da conspiração.A viagem a Dallas era parte da pré-campanha pela reeleição de 1964. JFK e a primeira-dama, Jacqueline, chegaram ao aeroporto às 11h40. De lá, seguiram em carreata para o centro da cidade – um reduto republicano, que não contribuíra para a vitória do democrata Kennedy em 1960. O governador local, John Connally, e o vice-presidente, Lyndon Johnson, integravam a comitiva. No carro, a esposa do governador, Nellie, observou o grande público e disse: “Senhor presidente, não se pode mais falar que Dallas não o ama”. Ele respondeu: “Me parece bastante óbvio”. Logo depois, o alfaiate Abraham Zapruder registrou o assassinato com uma câmera de 8 milímetros.
Minutos de agonia
Do pronto-socorro à morte.Imediatamente após os tiros, o agente Roy Kellerman, do serviço secreto, exigiu que o chefe de polícia local, Jesse Curry, liberasse o trânsito nos 6,5 quilômetros que separavam o local do atentado até o Parkland Hospital. Outro agente subiu no porta-malas para colocar Jackie de volta a seu assento e proteger o casal.
12h38
Kennedy chega ao hospital e é atendido por uma equipe médica
que já havia sido avisada pelo Departamento de Polícia. Ele não apresenta
sinais de pulsação.
12h43
Além do ferimento na cabeça, os médicos acham mais um, com
menos de 1 cm, na parte inferior do pescoço – na pressa, não percebem que há
outro buraco nas costas.
12h47
A equipe insere um tubo pela garganta para facilitar a
respiração. Nenhuma das medidas dá resultado e a atividade cardíaca cessa
completamente.
13h
Kennedy é declarado morto. Lyndon Johnson é levado ao avião
presidencial. É lá que, às 14h38, ele fará o juramento como 36º presidente
americano.
Vítima e testemunha
John Connally
A primeira bala que atingiu Kennedy teria sido a mesma que
perfurou o tórax, o punho e a perna do governador do Texas. Connally conseguiu
se virar para olhar JFK antes de se deitar sobre o peito da esposa. No
hospital, foi submetido a uma cirurgia de emergência e sobreviveu.
Jacqueline Kennedy
Boa parte do público texano estava lá só por causa da bela
primeira-dama. Jackie viu a cabeça de Kennedy explodir a centímetros de seu
rosto e, em pânico, saltou engatinhando sobre o porta-malas. No vídeo de
Zapruder, ela parece tentar resgatar um pedaço do crânio do marido.
Lee Harvey Oswald
Ex-fuzileiro naval e comunista, Lee tinha 24 anos e
trabalhava no sexto andar do Depósito de Livros Didáticos do Texas. De lá teria
disparado, em seis segundos, três tiros com um rifle Mannlicher-Carcano
comprado pelo correio. Foi preso às 13h45 e assassinado dois dias depois.
Três tiros e muitas
dúvidas
A Bala Mágica
O segundo tiro é uma das perguntas sem resposta sobre o
atentado. O projétil teria entrado pelas costas de Kennedy, atravessando uma
vértebra e sua garganta. A seguir, teria acertado o governador Connally,
sentado no banco dianteiro, no ombro e na munheca, até se alojar em sua perna
esquerda. A bala supostamente responsável pelos ferimentos, chamada
de“evidência 399”, está quase em perfeito estado, apesar dos impactos que teria
sofrido.
O Segundo Atirador
Há quem acredite que havia outro atirador atrás de uma
cerca. Vídeos do dia do atentado mostram vultos e fumaça no local e bitucas de
cigarro foram encontradas lá. A idéia é reforçada pela trajetória improvável da
“bala mágica” e pelo movimento de Kennedy ao ser atingido pela segunda vez: sua
cabeça vai para trás e para a esquerda – uma bala disparada por Oswald teria
vindo por trás e projetado sua cabeça para a frente.
Aventuras na História n° 035
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