sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Esquerda ou direita?

Julia Moióli

O costume de afirmar que um partido político conservador é “de direita” e que quem reclama por reformas e mudanças é “de esquerda” nasceu com a Revolução Francesa, em 1789. Durante a Assembléia Nacional da Revolução, representantes de grupos com interesses divergentes se reuniram para decidir os novos rumos da França. As facções principais eram as que representavam o grande capital (a nobreza) e as da burguesia, que buscava o fim de direitos e privilégios feudais e a destituição do rei. Essas correntes ocupavam lugares específicos na sala em relação ao orador. “Os legisladores que defendiam reformas mais radicais, como ampliação do acesso à terra e a democratização da escolha dos representantes populares, por exemplo, eram chamados de jacobinos e sentavam-se sempre à esquerda. Os conservadores, que queriam manter alguns dos privilégios dos nobres, eram os girondinos e sentavam-se à direita”, afirma Adriana Facina, da Universidade Federal Fluminense. Ao longo dos anos, a história fortaleceu o sentido dos  conceitos “direita” e “esquerda” e eles chegaram aos que conhecemos hoje. “Foi da disposição espacial na Assembléia Nacional na Revolução Francesa que nasceram, grosso modo, as definições que utilizamos para identificar posições dentro do espectro político”, diz Cristina Meneguello, professora de história da Universidade de Campinas.
A primeira disputa entre direita e esquerda da história acabou com a vitória dos barbudos da oposição. Os jacobinos conseguiram aprovar a proibição da venda de cargos públicos, acabaram com as isenções de impostos dos nobres e decidiram elaborar uma nova Constituição, de onde nasceria a primeira Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Revista Aventuras na História Volume 007

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