Yuri Vasconcelos
1. Tudo começa com o acúmulo de gordura na parede interna
das artérias coronárias, que têm apenas 2 milímetros de diâmetro e são
responsáveis pela irrigação do coração. A formação das placas é um processo
lento - pode levar anos -, causado principalmente pelo excesso de LDL, o
colesterol "ruim", no sangue.2. À medida que a placa de gordura aumenta de tamanho, o calibre interno da artéria fica mais estreito. Isso dificulta o fluxo do sangue, fazendo o músculo cardíaco funcionar a meia bomba. O esforço extra gera a dor no peito, um dos primeiros sintomas do infarto do miocárdio.
3. A placa de gordura tem uma capa dura por fora, mas é mole por dentro. Como o sangue continua a passar mesmo com a placa, a superfície dura se rompe e libera a gordura. Em segundos, as plaquetas (células do sangue) aderem ao local para tapar o buraco.
4. As plaquetas tapam o buraco formando um coágulo. Por ser muito volumoso, ele acaba entupindo a artéria e bloqueia a passagem do sangue, que é obrigado a fazer o caminho de volta. Resultado: a região do músculo cardíaco que receberia esse sangue deixa de ser irrigada.
5. Sem oxigênio e nutrientes, a parte afetada começa a necrosar. Esse processo começa quando o fluxo sanguíneo é interrompido, e o estrago tem até seis horas para ser revertido. Se nada for feito, o coração bate descompassadamente ou pára de bombear sangue, podendo causar a morte.
Haja coração!
Outros tipos de infarto podem parar o músculo cardíaco mesmo
sem a presença de gordura nas artérias.
Espasmo
Ocorre quando as
artérias coronárias se contraem violentamente, produzindo um déficit de sangue
e interrompendo a irrigação do coração. Esse espasmo, que dura menos de um
minuto, é causado por uma súbita
liberação de adrenalina na corrente sanguínea. Os principais motivos para isso
são o uso de drogas, como cocaína, estresse e até o recebimento de uma má
notícia.
Hemorragia
Um ataque cardíaco
também pode ser causado pelo rompimento de uma das duas artérias coronárias
responsáveis pelo suprimento de sangue ao coração. Pancada no peito, tiro ou
outro tipo de trauma, bem como algumas doenças que fragilizam a estrutura das
artérias, podem provocar essa ruptura. Ela causa uma hemorragia interna e deixa
o músculo sem irrigação.
Gordura viajante
Além da artéria
coronária, a placa de gordura pode se formar em outras partes do corpo, como na
perna e no caminho para o cérebro.
Trombose
Quando a placa de
gordura se aloja na artéria femural, que leva o sangue para as pernas, a pessoa
pode sentir dor durante a caminhada e sensação de frio na ponta dos pés. Se o
problema não for tratado a tempo, pode levar à amputação da perna por gangrena
Derrame
A placa de gordura
pode grudar em uma artéria do cérebro ou na carótida, vaso que fica no pescoço
e que leva o sangue à cabeça. Isso pode levar a um acidente vascular cerebral
(AVC), o popular derrame. Ele é causado pelo entupimento das artérias do cérebro
por pedaços de gordura que se desprenderam da placa ou por coágulos que se
deslocaram para lá
Revista Mundo Estranho Edição 27/ 2004
Nenhum comentário:
Postar um comentário