Essa é uma pergunta que ainda não tem resposta definitiva.
Se o Universo realmente for infinito, como afirmam os estudos mais aceitos pela
maioria dos astrônomos, o número de estrelas também não terá fim, e obviamente
esse total será maior que a quantidade de grãos de areia na Terra. Mas a
questão não é tão simples assim. "Se somarmos o número de estrelas na
região do chamado Universo observável, uma área com raio de 15 bilhões de
anos-luz em que a radiação é captável por nossos telescópios, teremos um total
que oscila entre 1 sextilhão e 1 septilhão de estrelas - o número 1 seguido por
uma fileira de 21 e de 24 zeros, respectivamente", diz o astrônomo Laerte
Sodré Júnior, da Universidade de São Paulo (USP). Achou muito? Pois se essa
quantidade nos servir de comparação, os grãos de areia da Terra provavelmente
levam a melhor. "Só para dar uma idéia, se considerarmos grãos com um
diâmetro médio de 0,4 milímetro, caberia 1 septilhão de grãos em uma área
desértica quadrada, com 100 quilômetros de lado e 3,2 quilômetros de
profundidade. Não é uma área tão grande: se somarmos toda a areia das praias,
dos desertos e do fundo dos oceanos, o total de grãos deve ser muito maior que
o de estrelas no Universo observável", afirma Laerte. No final, essa
confusão confirma a célebre frase de Hamlet, personagem criado há quatro
séculos pelo dramaturgo inglês William Shakespeare: "Há mais coisas no céu
e na terra do que pode sonhar tua filosofia"...
Revista Mundo Estranho Edição 26/ 2004
Nenhum comentário:
Postar um comentário