No final do século XIX, a descoberta de diamantes e ouro nas repúblicas bôeres atiçou a cobiça britânica e desencadeou uma guerra entre a maior potências mundial e os colonos conservadores da África austral. A Guerra dos Bôeres (1899-1902) terminou com a derrota do Orange e do Transvaal. Oito anos depois, uma Constituição negociada entre os antigos adversários criou a União da África do Sul, composta pelos territórios britânicos do Cabo e do Natal, mais as antigas repúblicas bôeres.
Por cerca de quatro décadas, o poder ficou nas mãos de políticos brancos mais moderados.
Deve-se lembrar que, até 1994, a majoritária população negra não tinha direitos políticos. A evolução econômica do país, o mais rico da África, criou um expressivo mercado de trabalho urbano. Essa situação gerou conflitos entre os africânderes (os descendentes dos bôeres, que falam a língua africâner) e a maioria negra. A defesa da exclusão dos negros e do monopólio dos postos de trabalho pelos brancos levou à criação do Partido Nacional, constituída por africânderes radicais.
Influenciado por idéias nazistas, o partido chegou ao poder em 1948.
A partir daí se criou o regime do apartheid, baseado em todo um arcabouço jurídico de leis racistas e mantido a ferro e fogo por quase meio século. O sistema de discriminação oficial só desapareceu pela combinação de pressões internas e internacionais, especialmente após o fim da Guerra Fria. Em 1994 foram realizadas as primeiras eleições multirraciais na RSA, que deram a vitória a Nelson Mandela.
Boletim Mundo n° 3 Ano 17
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