Esse ditado popular, usado quando queremos dizer que cada um deve receber o que merece, tem uma conhecida origem bíblica. A frase original é mais completa, e se remete ao tempo em que a Judéia, atual Israel, era uma província dominada pelo Império Romano (63 a.C.– 476). Segundo o capítulo 22 do evangelho de Mateus, Jesus teria sido abordado por fariseus que queriam descobrir se ele incentivava os judeus a não pagarem impostos. Questionado, teria dito: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.
“Com isso, Jesus aconselhava os judeus a pagar os tributos e a não misturar o sagrado com os assuntos mundanos”, afirma a historiadora Ana Teresa Gonçalves, da Universidade Federal de Goiás. A frase mostra também a preocupação dos evangelistas do Novo Testamento em não ofender os romanos. Os livros de Marcos, Mateus, Lucas e João não foram escritos pelos próprios profetas, mas pelos seus seguidores. Isso aconteceu entre os anos 60 e 70, quando os cristãos eram perseguidos pelos romanos e lutavam para não provocá-los mais. O mais importante era difundir o cristianismo, mesmo que, para isso, fosse necessário dar a César o que era de César.Revista Aventuras na História n° 013
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