São Tomás de Aquino já defendia, no século 13, que uma guerra só deveria ser travada por motivos meramente justos. Mas, depois de duas grandes guerras, em que a mortalidade e a destruição chegaram a níveis jamais vistos ou mesmo imaginados, ficou claro que não só os motivos, mas os meios de travar uma guerra também deveriam seguir regras morais.
E foi exatamente essa questão que provocou o intelectual Michael Walzer. Ele começou a escrever Guerras Justas e Injustas: Uma Argumentação Moral com Exemplos Históricos (Martins Fontes) após o massacre de My Lai, na Guerra do Vietnã, em 1969. Nesse episódio, oficiais e soldados americanos mataram mulheres, idosos e também crianças como punição e alerta para que eles não contribuíssem com os vietcongues.Além da motivação das tropas americanas, Walzer discute em seu livro casos em que as implicações morais eram bastante suspeitas, como a destruição da cidade de Melos pelos atenienses, em 416 a.C., e o lançamento da bomba atômica na cabeça de civis em Hiroshima, em 1945.
Mas os exemplos descritos por Walzer, que atualmente é pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton, também servem para nos mostrar como é difícil avaliar o que realmente é injusto em um conflito armado.
Revista Aventuras na História n° 013
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