quinta-feira, 29 de março de 2012

Ética de guerra

Isabelle Somma

São Tomás de Aquino já defendia, no século 13, que uma guerra só deveria ser travada por motivos meramente justos. Mas, depois de duas grandes guerras, em que a mortalidade e a destruição chegaram a níveis jamais vistos ou mesmo imaginados, ficou claro que não só os motivos, mas os meios de travar uma guerra também deveriam seguir regras morais.
E foi exatamente essa questão que provocou o intelectual Michael Walzer. Ele começou a escrever Guerras Justas e Injustas: Uma Argumentação Moral com Exemplos Históricos (Martins Fontes) após o massacre de My Lai, na Guerra do Vietnã, em 1969. Nesse episódio, oficiais e soldados americanos mataram mulheres, idosos e também crianças como punição e alerta para que eles não contribuíssem com os vietcongues.
Além da motivação das tropas americanas, Walzer discute em seu livro casos em que as implicações morais eram bastante suspeitas, como a destruição da cidade de Melos pelos atenienses, em 416 a.C., e o lançamento da bomba atômica na cabeça de civis em Hiroshima, em 1945.
Mas os exemplos descritos por Walzer, que atualmente é pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton, também servem para nos mostrar como é difícil avaliar o que realmente é injusto em um conflito armado.

Revista Aventuras na História n° 013

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