Dona-de-casa da Flórida emprestou seu nome ao avião da bomba
atômica.
Às 8h15 do dia 6 de agosto de 1945, um clarão silencioso
subiu aos céus da cidade de Hiroshima, no Japão. Pelo menos 100 mil pessoas
morreram no primeiro ataque a bomba atômica da história, uma tragédia que
provocou formas inéditas e terríveis de sofrimento e marcou o fim da Segunda
Guerra.A bomba de urânio 235, intitulada Little Boy, custou 2 bilhões de dólares em pesquisa e nunca havia sido testada. Ela foi lançada do bombardeiro americano B-29 número de série 44-86292, avião escolhido dois meses antes pelo coronel Paul Tibbets, que o pilotou no dia do ataque. O oficial batizou a aeronave de Enola Gay, nome de sua mãe, uma dona-de-casa da Flórida.
O ataque, do ponto de vista técnico, foi um sucesso. O avião decolou às 2h45 da base aérea de Tinian, uma ilha a 2 400 quilômetros do Japão, e às 14h58 já estava de volta. No dia 9 de agosto, o Enola Gay serviu de avião de apoio no ataque a Nagasaki e, no ano seguinte, Tibbets o levou a Kwajalein, um atol nas Ilhas Marshall que servia de base de testes de bombas atômicas nos anos 40 e 50.
Devido a seu valor histórico, o governo decidiu preservar o Enola Gay. O avião passou por bases aéreas na Califórnia, Arizona, Texas e Maryland, onde ficou 24 anos. Em 1984, o Museu Nacional Aeroespacial, em Washington, iniciou um projeto de restauração da aeronave que durou dez anos. Em 1995, ela foi o centro da controvérsia em uma mostra no museu que lembrava os 50 anos da bomba. A exposição irritou grupos pacifistas americanos e japoneses por não chamar atenção para os horrores causados pela bomba atômica. Mesmo criticada pela imprensa, a mostra durou até 1998.
Desde 2003, o bombardeiro está exposto em um prédio anexo ao aeroporto de Dulles, em Washington. De acordo com Dik Daso, curador do Museu Aeroespacial, “o Enola Gay deve permanecer por um bom tempo lá”.
Aventuras na História n° 051
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