“Que massacre! E sem resultado.” Atribuída ao marechal
francês Michel Ney, a frase resume bem a batalha de Eylau. Após derrotar a
Prússia, em 1806, Napoleão Bonaparte partiu para liquidar o último inimigo de
seu império: a Rússia. O encontro ocorreu em fevereiro de 1807, na aldeia de
Eylau (perto da atual cidade russa de Bagrationovsk). Na noite do dia 7, os
franceses começaram a tentar tomar a vila dos russos. Pela manhã, as
escaramuças dariam lugar a uma batalha campal.
Mesmo com os marechais Ney e Davout ainda a caminho de
Eylau, Napoleão tomou a iniciativa do combate. Às 8h, enviou os regimentos do
marechal Soult num ataque frontal. A resposta russa foi uma violenta investida
contra a esquerda francesa, obrigando Soult a recuar. Napoleão usou então sua
única reserva de infantaria, os homens do marechal Augereau. Foram massacrados
pela artilharia russa.Escondido na torre de uma igreja, Napoleão deu sua última cartada: lançou ao ataque os cerca de 11 mil homens do marechal Murat, numa das maiores cargas de cavalaria da história. A iniciativa ajudou os recém-chegados soldados de Davout a equilibrar o jogo. Com a aparição dos homens de Ney, às 22h, os russos bateram em retirada. As exaustas tropas de Napoleão, contudo, não tentaram persegui-los. Para um imperador acostumado a épicas vitórias, Eylau foi um trágico empate.
Reforços
Para ir além da batalha.
Propaganda pesada
Mestre em exibir suas conquistas para o povo francês,
Napoleão tentou vender uma boa imagem da carnificina de Eylau. Para começar,
ditou suas impressões a um alemão que, depois, daria entrevistas à imprensa
francesa como “testemunha” da batalha. Em seguida, Napoleão lançou um concurso
em que pintores tiveram que retratar Eylau a partir de esboços oficiais. O
vencedor foi Antoine-Jean Gros, com Napoleão no Campo de Batalha de Eylau (hoje
no Museu do Louvre, em Paris).
Dragões a pé
Os dragões eram a maior parte da cavalaria francesa em
Eylau. Se seus colegas couraceiros tinham armaduras pesadas e lutavam montados,
os dragões usavam os cavalos para chegar ao campo de batalha, mas lutavam a pé,
com armas de fogo. Essa tropa mista, que unia traços de infantaria e cavalaria,
serviu de inspiração para nossos Dragões da Independência – que fazem a guarda
do presidente da República.
Cunhados coragem
O intrépido Joachim Murat, líder do lendário ataque de
cavalaria, era marido de Carolina, irmã mais nova de Napoleão. Em 1808, recebeu
dele o título de rei de Nápoles. Quatro anos depois, entretanto, Murat traiu o
imperador, abandonando a liderança do exército francês (que se retirava da
Rússia) para defender seu reino na Itália. Derrotado, acabou fuzilado pelos
austríacos em 1815.
Aventuras na História n° 051
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