Se o valor simbólico do prêmio é incalculável, o mesmo não se pode dizer do valor matéria. E aí os cálculos indicam um problema que não tinha passado pela cabeça do velo Nobel – a inflação. Pois é: os imutáveis 340 mil dólares ( algo como 25,5 milhões de cruzados , ao câmbio de dezembro) a que cada premiado faz jus desde 1900, embora ainda formem uma bolada respeitável, compram a metade do que compravam na virada do século. O motivo é que nesses 87 anos a inflação norte-americana bateu nos 100 por cento – uma gota de água perto da inflação brasileira, que neste século já acumulou a astronômica variação de 3,3 bilhões por cento. Os curadores da Fundação Nobel querem abrir o capital da instituição para restabelecer o valor original do prêmio. Talvez devessem aconselhar-se antes com o professor norte-americano Robert Sollow. Afinal, ele ganhou o prêmio Nobel de economia do ano passado.
Revista Super Interessante n° 005
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