Adriana Lui
Desde que existem os ingênuos, sempre houve alguém pronto a
se aproveitar deles. Mas quando enganar o outro virou “conto-do-vigário”?
Segundo Vasco Botelho do Amaral, autor do Grande Dicionário de Dificuldades e
Subtilezas do Idioma Português, foi no século 19. Indo de cidade em cidade e
apresentando-se como emissários do vigário, um grupo de malandros dizia-se
portador de grande quantia em dinheiro, confiada a eles pelo próprio vigário e
guardada numa mala pesadíssima. Para seguirem a viagem, coitados, precisavam de
um lugar seguro para guardar o volume. Pediam em troca uma pequena soma em
dinheiro, só como garantia. Não é que os portugueses caíam? Foram tantos que os
golpes ficaram famosos e deram origem ao termo “vigarice” e seus derivados.
No Brasil, há uma versão segundo a qual, no século 18, uma
imagem de Nossa Senhora era disputada por duas paróquias de Ouro Preto: a do
Pilar e a da Conceição. O vigário da primeira sugeriu que a santa fosse
colocada num burrico a meio caminho dos dois templos – a direção escolhida pelo
animal definiria a igreja vencedora. O burro rumou para a igreja de Pilar.
Também pudera, o bichinho pertencia ao vigário vigarista de lá.
Aventuras na História n° 035
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