Adriana Maximiliano
Um lugar para se perder entre obras de Da Vinci, Monet e Van
Gogh.A National Gallery of Art (Galeria de Arte Nacional), localizada em Washington, Estados Unidos, é um labirinto de arte e história. Um lugar perfeito para se perder entre obras de nomes como Van Gogh, Leonardo da Vinci, Matisse e Monet.
Ela foi inaugurada em 1937, após a morte do colecionador de arte Andrew W. Mellon. Filho e neto de banqueiros, Mellon foi secretário do Tesouro e embaixador, mas seu grande sonho era dar aos Estados Unidos uma galeria nacional. Por isso, começou a colecionar arte nos anos 20 e doou todas as suas peças – 126 pinturas e 26 esculturas – para a instituição, além do dinheiro para a construção do primeiro prédio da galeria. Entre os destaques da coleção estavam 21 quadros de Rafael, Rembrandt e outros, que ele comprou do Museu Hermitage, de São Petersburgo, na Rússia. Com o tempo, centenas de outros colecionadores doaram obras de arte para a National Gallery.
A instituição é formada hoje por dois prédios, que abrigam mais de 110 mil objetos. Um móbile gigante do escultor americano Alexander Calder decora o lobby de um dos edifícios. Há quadros, fotografias, esculturas e esboços de artistas famosos espalhados por mais de 100 salas e corredores. Nos fins de semana, o cinema da galeria abre suas portas para o público. As atrações vão de desenhos japoneses a filmes mudos acompanhados de um pianista ao vivo. Tudo de graça.
Parede forrada
São mais de 110 mil objetos em dois prédios.
1. Na cova dos leões
Daniel na Cova dos Leões é muito mais do que uma música da
Legião Urbana. A história do herói bíblico condenado a passar a noite com leões
foi pintada por Peter Paul Rubens entre 1614 e 1616,e retrata o dia seguinte,
quando Daniel agradece a Deus por ter sobrevivido.
2. Noite em claro
Pintor oficial do Império Napoleônico, Jacques-Louis David
retratou o chefe em três quadros. O último, Napoleão em seu Escritório, é de
1812. Detalhes como o cabelo bagunçado, o relógio marcando 4h13 e as velas
quase apagadas foram usados para mostrar que Napoleão teria passado a noite em
claro, preparando o Código Napoleônico.
3. Lá vem a noiva
Para celebrar o noivado de Ginevra, a família Benci foi ao
estúdio do escultor Andrea del Verrocchio, em Florença, e contratou um jovem
pintor para fazer o retrato da moça. O nome do artista? Leonardo da Vinci. O
quadro Ginevra de· Benci foi feito entre 1474 e 1478 e é um de seus primeiros
trabalhos. Na ocasião, Ginevra tinha cerca de 15 anos e Da Vinci, pouco mais de
20.
4. filho de Madona
Entre centenas de obras da Galeria Nacional sobre o tema
“Madona e a Criança”, uma se destaca. Pintada em 1508, Madona Niccolini-Cowper
foi provavelmente o último quadro que o italiano Rafael pintou em Florença,
antes de se mudar para Roma. A criança segura inquieta a roupa da mãe, como se
quisesse ser amamentada.
5. A grande notícia
Em A Anunciação, Jan van Eyck pintou, entre 1434 e 1436, o
momento em que Maria recebe do anjo Gabriel a notícia de que seria mãe de
Jesus, segundo consta na Bíblia. Nos contrastes entre a parte superior e a
inferior da igreja retratada, Eyck estaria mostrando a transição do Velho para
o Novo Testamento.
6. Renoir aos montes
A Dançarina, de 1874, é um dos 78 trabalhos do francês
Auguste Renoir expostos no museu –há quadros, esculturas e esboços do artista
de 1870 a 1916. A obra mostra sua admiração por outros tipos de arte. Antes de
ser pintor, Renoir fez parte do coro da Ópera de Paris.
7. Falta de cores
A Galeria Nacional tem 20 quadros do francês Henri Matisse.
Feito em 1901, La Coiffure é o mais sensual, mas também o mais antigo e menos
conhecido. A obra é curiosa mais pelo que não apresenta do que pelo que está
nela: falta o colorido que marcaria o nome do artista e acabaria influenciando
a pintura do século 20.
8. Tudo em família
Rembrandt e Rubens foram batizadoscom nomes de pintores
famosos por causa da paixão do pai, Charles Willson Peale, pelas artes. Um
acabou mesmo virando pintor, enquanto o outro foi parar dentrodo quadro.
Rembrandt Peale quis pintaro irmão Rubens para comemorar seu sucesso como
botânico – ele teria plantado o primeiro gerânio da América. Rubens Peale com
um Gerânio é de 1801.
9. Deuses e ninfas seminuas
O quadro renascentista A Festa dos Deuses foi feito por
Giovanni Bellini, em 1514, quando ele já tinha 88 anos. Maior pintor veneziano
do século 15, Bellini morreria dois anos depois, mas sua obra seria retocada
por outro mestre de Veneza, Ticiano, em 1529. No quadro, deuses da mitologia
grega bebem vinho com ninfas seminuas. No canto direito, Príapo, deus da
fecundidade, tenta levantar a saia da ninfa Lótis para violentá-la.
10. Tema repetido
Entre 1892 e 1894, o impressionista francês Claude Monet
alugou um quarto perto da Catedral da cidade de Rouen, na França, e retratou-a
em mais de 30 telas, em diferentes horários e estações do ano. A obra que está
exposta na Galeria Nacional mostra a fachada oeste à luz do dia. Há outros 24
quadros de Monet nas paredes da galeria, inclusive outro que tem a catedral
como tema.
Aventuras na História n° 035
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