Roberto Navarro
A mais lembrada pelos especialistas é a Batalha de
Stalingrado, travada entre 1942 e 1943 nessa cidade russa - hoje rebatizada
como Volgogrado. "Em número absoluto de mortos, feridos e desaparecidos,
ela foi a mais sangrenta de todas, com cerca de 2 milhões de baixas, incluindo
civis", afirma o historiador militar holandês Hans Wijers, autor de vários
livros sobre o assunto. O mar de sangue ocorreu durante a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945) e teve início em 21 de agosto de 1942, quando tropas alemãs
iniciaram o ataque contra Stalingrado - uma cidade estratégica para a conquista
da então União Soviética. Os nazistas alcançaram o centro da cidade até o final
de outubro, mas enfrentaram uma feroz resistência, tendo que lutar por cada
casa da região.O esforço esgotou as tropas e provocou a interrupção da ofensiva, mas Adolf Hitler, o líder nazista, ordenou que os ataques continuassem, apesar da chegada do inverno. Os soviéticos aproveitaram as nevascas para contra-atacar e, no final de novembro, cercaram as forças inimigas em Stalingrado. Novas tropas alemãs tentaram romper o cerco, mas foram repelidas pelos soviéticos. Hitler recusava a rendição na cidade, mas com os soldados alemães sem munição e suprimentos, os soviéticos chegaram à vitória no dia 2 de fevereiro de 1943, aprisionando milhares de inimigos. "A destruição do Sexto Exército nazista em Stalingrado representou o momento de virada da Segunda Guerra na Europa", diz Hans Wijers.
Horror na Segunda Guerra
Alemães precisaram comer ratos e mais de 1 milhão de
soviéticos morreram em Stalingrado.
Ponto estratégico
As principais fábricas de cidade ficavam nas margens do rio
Volga, o que transformou a área em palco de combates sanguinários, envolvendo
tanques e tropas de infantaria. Depósitos de óleo e outros materiais
combustíveis explodiam, lançando grossas colunas de fumaça, que ficavam semanas
sobre Stalingrado.
Dieta do desespero
À medida que a batalha se prolongava, as tropas nazistas que
foram cercadas pelos soviéticos passaram a enfrentar graves problemas de
abastecimento. Faltavam remédios, munição e comida. Para enfrentar a fome,
muitos alemães foram obrigados a comer cavalos, ratos ou qualquer coisa que
conseguissem encontrar nos escombros da cidade.
Heróis da resistência
As forças soviéticas que lutaram na cidade e acabaram
cercando os alemães incluíam não apenas soldados regulares, mas também civis
arregimentados às pressas e mulheres que se apresentaram como voluntárias.
Estima-se que cerca de 1 milhão e 100 mil soviéticos morreram na campanha para
defender Stalingrado.
Bombardeio infernal
Logo nos primeiros dias da luta pela conquista da cidade, as
bombas lançadas pelos aviões alemães mataram cerca de 40 mil civis. Os ataques
da força aérea nazista chegavam a até 2 mil incursões num único dia e arrasaram
totalmente as casas de madeira na periferia. Restaram em pé só os esqueletos
dos prédios de alvenaria.
Julgamento sumário
Tropas nazistas enforcaram e fuzilaram um grande número de
civis que caíram prisioneiros, incluindo mulheres e crianças, sob acusação de
espionagem a favor do inimigo. Os soldados soviéticos, por sua vez, também
executaram muitos compatriotas, suspeitos de covardia, deserção ou
colaboracionismo com os invasores.
Atirando pânico
Como os combates eram travados casa a casa,
franco-atiradores soviéticos e nazistas entraram em ação. Eles impediam
qualquer movimento pelas ruas, o que dificultava o atendimento aos feridos. Os
atiradores não queriam conquistar objetivos militares, mas aterrorizar o
inimigo. Causaram muitas baixas entre os soldados e a população civil.
Revista Mundo Estranho Edição 17/ 2003
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