As sessões duplas apresentavam sempre um filme da unidade A dos estúdios e outro da B, em geral uma fita de faroeste, ficção científica ou de horror. A fórmula dois-em-um fez tanto sucesso que, em 1935, 85% dos cinemas americanos exibiam sessões duplas. Nessa época, os grandes estúdios eram proprietários de cadeias de cinemas, onde mostravam suas próprias fitas. Em 1948, uma lei os forçou a se desvincular das salas de exibição. Sem o controle dos grandes estúdios sobre os cinemas, as sessões duplas perderam força e a era de ouro dos filmes B acabou. A partir dos anos 50, surgiram estúdios empenhados em fazer cinema com baixo orçamento, criando fitas que tinham temas fantásticos e apelativos e que eram exibidos em cinemas modestos. Produções com essas características — como o clássico de horror A Noite dos Mortos Vivos (1968) — acabaram sendo rotuladas como filmes B, embora essa expressão tenha nascido para definir outro período específico da história do cinema americano.
Bons, baratos e birutas
Aqui estão dez clássicos desse estilo cinematográfico que marcou os anos 40.
1940
O Primata, de William Nigh
O ator Boris Karloff é um médico que tenta curar uma garota com poliomielite. Mas, para isso, ele precisa do fluido da espinha dorsal de seres humanos. Quando um gorila perigoso escapa de um circo, ele tem o álibi perfeito para matar pessoas atrás do precioso líquido.
O Vampiro da Morte, de Jean Yarbrough
Após ser traído por seus assistentes, o Doutor Carruthers tem um plano original: criar morcegos gigantes para atacar seus desafetos. O doutor era interpretado por Bela Lugosi.
1941
O Fantasma Invisível, de Joseph H. Lewis.
Uma mulher malvada (Polly Ann Young) e dominadora hipnotiza o marido (Bela Lugosi) para forçá-lo a participar de um plano de assassinato.
1942
O Cadáver Desaparecido, de Wallace Fox.
Um cientista maluco tenta manter sua mulher jovem. Mas, para obter o elixir da juventude, ele rapta mocinhas, extrai seus fluidos corporais e os injeta no corpo de sua amada.
Os Dragões Negros, de William Nigh.
Mais uma vez Bela Lugosi faz um cientista maluco, contratado pelos japoneses para transformar o rosto de seis orientais em cópias de importantes figuras americanas.
1943
A Vingança dos Zumbis, de Steve Sekely.
Nos pântanos da Louisiana, o doutor Max von Altermann, papel de John Carradine, fabrica zumbis para o Exército nazista e transforma a irmã do mocinho do filme numa morta-viva.
1944
A Dama e o Monstro, de Robert Sherman.
Um cérebro vivo (é isso mesmo!) se apossa da mente de um cientista para conseguir executar seus planos de justiça e vingança.
A Volta do Homem-Macaco, de Phil Rosen.
Dois cientistas, Lugosi e John Carradine, encontram o corpo de um homem pré-histórico e decidem trocar o cérebro primitivo dele por um mais desenvolvido para controlar a criatura.
Barba Azul, de Edgar G. Ulmer.
John Carradine vive um criminoso vil e perigoso cujo passatempo predileto era estrangular vítimas indefesas.
1946
Vampiro Diabólico, de Frank Wishar.
Sequência de O Vampiro da Morte. Aqui, a jovem Nina (Rosemary La Planche) pensa que herdou os instintos assassinos de seu falecido pai, o sinistro Doutor Carruthers.
Revista Mundo Estranho Edição 11/ 2003
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