Bem no centro de
Moscou está situado o Kremlin, o símbolo do Estado russo. A fortaleza foi
fundada antes da cidade e conta com um complexo de belas construções, como a
residência oficial do presidente da Federação Russa e o Museu do Kremlin.
Como tem oito sedes,
o complexo todo é conhecido como “Museus do Kremlin” – no plural mesmo. A Sala
das Armas guarda vestimentas dos patriarcas russos e bastante ouro e prata. A
Catedral da Assunção preserva os bancos em que czares e czarinas rezavam. A
Catedral do Arcanjo teve sua construção ordenada pelo primeiro grande príncipe
moscovita, Ivan Kalita. Na Catedral da Anunciação, uma espécie de armazém
guarda os tesouros das antigas famílias reais russas. A Igreja do Manto Sagrado
de Nossa Senhora mantém uma galeria com esculturas em madeira dos séculos 15 a
19. No Palácio do Patriarca e na Igreja dos Doze Apóstolos, há uma exposição
permanente de objetos pessoais dos czares. O museu conta ainda com o Campanário
de Ivan, o Grande, cuja construção levou mais de 300 anos. Além disso tudo,
coleções de sinos e objetos de guerra estão espalhadas por todo o Kremlin.Em 2006, o complexo completa 200 anos. Apesar de alguns de seus tesouros serem bem mais antigos, a data de nascimento oficial é 10 de março de 1806, quando o imperador Alexandre I assinou um decreto que autorizava a transformação de depósitos em museus.
A herança dos czares
O complexo guarda tesouros da nobreza russa.
1. Canhão do czar- Construído em 1586 por ordem do czar Feodor I Ivanovich, o canhão tem quase 1 metro de calibre, 5,34 metros de comprimento e um tubo de 40 toneladas. A arma é toda ornamentada – tem, por exemplo, pequenas inscrições e uma imagem do czar. Apesar da imponência, nunca foi usada.
2. Campanário de Ivan- Não só de catedrais vive a Praça das Catedrais. É lá que está o Campanário de Ivan, o Grande. O complexo começou a ser construído há 500 anos, foi destruído pelas tropas de Napoleão em 1812 e reconstruído em 1814. Só saiu ilesa do ataque a torre principal, que tem 81 metros.
3. Sino gigante- O sinão é uma prova do poder dos czares. Mede 6,14 metros de altura por 6,6 metros de diâmetro e pesa 202 toneladas. Foi construído simplesmente porque o czar Alexey Mikhailovich quis. E ponto final. O maior sino do mundo nunca foi tocado e tem um charme especial: o “pedacinho” quebrado encostado no instrumento, que tem 11,5 toneladas.
4. Catedral do arcanjo- Essa jóia da arquitetura mundial é hoje uma espécie de “cemitério dos ilustres”. Algumas dinastias russas, como os Ryurikovich e os Romanov, estão enterradas ali. O primeiro czar, Ivan, o Terrível, e dois de seus filhos também estão sepultados na bela catedral, em um relicário especial, próximo ao altar.
5. Torre secreta- Os 38 metros da mais importante torre da fortaleza foram erguidos em 1485 para proteger o Kremlin de ataques pelo rio Moscou. O nome não foi dado por acaso: ela tem uma passagem secreta que atravessa o rio por baixo da terra e era usada para fugas e ataques surpresa.
6. Praça das catedrais- Nela, os turistas se esbaldam com tanta torre gótica. Na foto, a Catedral da Anunciação – que por 150 anos foi a “igreja oficial” da realeza. As catedrais da Assunção, do Arcanjo e a Igreja do Manto Sagrado de Nossa Senhora completam o circuito religioso.
7. A casa dos tesouros- Se em algum lugar do mundo existe mesmo um mapa do tesouro, o “X” deveria estar em cima da Sala das Armas. Seus nove salões são pequenos para tantas relíquias, que vão de vestidos de coroação à maior coleção de peças em ouro e prata feita por artesãos russos.
8. O ovo... Na Sala das Armas, dentro do segundo saguão, um tesouro chama a atenção logo na entrada: um ovo de Páscoa de 1906. Ele foi um presente do imperador Nicolau II para sua esposa, na Páscoa daquele ano. Chocolate? Que nada, a peça foi feita em ouro, prata e pedras preciosas pelo joalheiro russo Carl Fabergé.
9. ...E o galo- O quinto salão guarda alguns dos presentinhos que as autoridades de vários países europeus deram aos czares e imperadores da Rússia. Tem até um agrado de Napoleão Bonaparte dado ao imperador Alexandre I, em reconhecimento a um acordo de paz firmado entre os dois. Na foto, um galo de prata alemão, oferecido ao príncipe Ivan III.
10. As abóboras- O nono hall da Sala das Armas tem um quê de fábula. Ali ficam as carruagens produzidas pelos principais construtores da Europa. A mais antiga é a do czar Boris Godunov, do século 16, e a mais nova é a da imperatriz Catarina, a Grande, que data do século 18. O mais interessante nessa ala é que todas as carruagens permanecem em perfeito estado.
Aventuras na
História n° 022
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