As pimentas ardem porque possuem as chamadas capsaicinóides.
Essas substâncias de nome esquisito não têm cheiro nem sabor, mas estimulam as
células nervosas da boca, produzindo aquela sensação de ardor, como se a boca
estivesse pegando fogo. As capsaicinóides são produzidas por glândulas
localizadas nas placentas das pimentas - aquele tecido esbranquiçado onde ficam
grudadas as sementinhas. A "temperatura" de cada espécie desse fruto
depende da concentração de capsaicinóides que ela possui. E, por incrível que
pareça, existe até uma unidade específica para se medir o ardor: a Unidade de
Calor Scoville (SHU) - nome em homenagem ao farmacologista Wilbur L. Scoville,
pioneiro na medição do poder de fogo desse condimento. O SHU de cada pimenta é
obtido após testes bioquímicos em máquinas com líquidos de alta pressão. O
Guinness Book, o "livro dos recordes", já apontou em uma de suas
edições a californiana red savina habanero como a pimenta mais ardida do mundo,
atingindo a marca de até 580 mil SHU. Só para comparar, a nossa
"quentíssima" e popular malagueta atinge cerca de 200 mil SHU. Num
ranking completo das espécies mais poderosas, é provável que a malagueta
conseguisse um lugar entre as cinco primeiras. Mas, como ela é pouco conhecida
fora do Brasil, não entrou na lista mais confiável que encontramos sobre o
assunto, e que você confere abaixo.
Tempero quente
Pouco conhecida no exterior, a nossa malagueta ficou fora
dessa lista internacional das cinco pimentas mais ardidas.
Jamaican Hot
Região: Jamaica e ilhas do Caribe
Poder de fogo: até 200 mil SHU
Scotch Bonnet
Região: Jamaica, Belize e Caribe
Poder de fogo: até 250 mil SHU
Red Savina Habanero
Região: Califórnia (Estados Unidos)
Poder de fogo: até 580 mil SHU
Habanero
Região: península de Yucatán (México) e Caribe
Poder de fogo: até 300 mil SHU
Thai
Região: sudeste da Ásia e Califórnia
Poder de fogo: até 100 mil SHU
Revista Mundo Estranho Edição 30/ 2004
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