domingo, 12 de fevereiro de 2012

Dinheiro não tem cheiro

Julia Moióli

Esse dito popular, presente em vários idiomas, tem quase 2 mil anos de existência. Sua origem está na boca do imperador de Roma Vespasiano, que viveu entre os anos 9 e 79. Relatos do historiador romano Suetônio contam que o imperador espalhou pelo seu território impostos bizarros. Quando restavam poucas coisas para serem taxadas, Vespasiano tributou o uso dos mictórios públicos.
Roma tinha então 144 latrinas públicas. Ao lado dos banhos, elas eram muito populares como locais de bate-papo entre os cidadãos. Quando Vespasiano baixou o imposto, irritou até mesmo seu filho Tito, que resolveu inquirir o pai. Vespasiano, em resposta, teria enfiado no nariz do rebento uma das primeiras moedas provenientes dos banheiros, e perguntado algo como: “Incomoda-se com o cheiro?” O filho não sentia nada. “No entanto, provém da urina”, teria dito o imperador, concluindo: “dinheiro não tem cheiro”.
Apesar de narrada por Suetônio como uma anedota sobre a avareza de Vespasiano, a história mostra a batalha do imperador para equilibrar as contas de Roma, submersa numa guerra civil depois da morte de Nero. Sem ligar para o cheiro do dinheiro, ele botou as contas do império em dia.

Revista Aventuras na História n° 010

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