A costa leste do Mar Mediterrâneo, mais exatamente onde hoje se localiza o Líbano, foi um dos mais importantes pólos de comércio marítimo da Antiguidade. Os fenícios, que ocuparam a região por milênios, atingindo o apogeu no século 8 a.C, eram conhecidos como grandes comerciantes e os melhores navegadores e construtores navais da época.
Com poucas terras para agricultura, mas florestas repletas de cedro, madeira excelente para a fabricação de navios, eles criaram naves, galés ou galeras que dominaram o Mediterrâneo. Num mesmo dia, as galés mercantes podiam ser vistas entregando produtos na Grécia, passando debaixo das pernas do Colosso de Rodes ou costeando a ilha de Ibiza. Algumas chegaram até o Oceano Atlântico, a 4 mil quilômetros de Tiro, a capital fenícia, difundindo técnicas que seriam herdadas pelos grandes nações da Antiguidade: os gregos e os romanos.Navio mercante
O precursor das grandes navegações.
1. Manobras
A vela das galés era grande e retangular. Quando o barco mercante se envolvia em batalhas navais, ela era retirada para facilitar a dirigibilidade. A direção do navio era controlada por dois lemes com grandes pás assimétricas posicionadas na popa.
2. Força Bruta
Cada galé tinha no mínimo 20 remos, movidos por escravos e prisioneiros de guerra em condições precárias, sem dormir ou alimentar-se. Com velocidade de 5 km/h, os barcos percorriam 90 quilômetros por dia.
3. Olhai por nós
Costumava-se pintar dois olhos na proa, para guiar as embarcações e amendrontar os navios inimigos. Era tradição fenícia usar o “pittuchim”, figura zoomorfa representando a cabeça de um cavalo e a garantia de segurança para a carga do navio.
4. Secos e molhados
As mercadorias transportadas pelas galés (tecidos, cobre, papiro, marfim e madeira) ficavam acomodadas no convés. Potes de cerâmica com perfume, vinho, resina e azeite ficavam no interior do casco.
5. Sintonia fina
O ritmo das remadas era marcado pelo som de uma flauta ou pelas batidas de um tambor. Sincronizando os remadores e evitando a fadiga, a música das galés foi a precursora das marchas dos exércitos.
Galés bélicas: rápidas e temíveis
As galés birremes e trirremes, com duas e três fileiras de remos de cada lado, destacaram-se como as mais importantes naus de guerra da Idade do Ferro (1000 a.C – 476). Algumas tinham quase uma centena de remadores trabalhando dentro de sofisticada arquitetura naval.
Revista Aventuras na História n° 010
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