As primeiras superfícies capazes de refletir imagens
começaram a ser feitas há cerca de 5 mil anos na antiga Suméria - região no
atual Iraque, englobando áreas próximas à cidade de Bagdá. Os espelhos dessa
época não produziam imagens nítidas, pois eram placas de bronze polidas com
areia. Na Antiguidade, esses instrumentos de metal chegaram às mãos dos gregos
e romanos e a partir daí foram se espalhando pela Europa até se tornarem
conhecidos em todo o continente no final da Idade Média. "Até por volta do
século 13, os espelhos eram feitos de metal polido, ligas de prata ou bronze
duras o suficiente para agüentar o processo de polimento mecânico e não riscar
facilmente", diz o engenheiro Hélio Goldenstein, da USP. Os primeiros
espelhos de vidro só surgiriam no início do século 14, criados por artesãos de
Veneza, na Itália, que desenvolveram uma mistura de estanho e mercúrio que,
aplicada sobre um vidro plano, formava uma fina camada refletora.
Os espelhos
venezianos eram famosos pela qualidade e seu método de fabricação era mantido
em segredo. Mas, além do alto custo, a produção causava problemas aos artesãos,
que se contaminavam com mercúrio,
material altamente poluente. "Só no século 19 foram descobertas formas de
espelhar o vidro com prata química, sem a necessidade do mercúrio", afirma
Hélio. A nova técnica, mais segura, simples e barata, popularizou os espelhos
pelo mundo.
Revista Mundo Estranho Edição 15/ 2003
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