Os pesquisadores que mexem com cerâmicas supercondutoras
começam a admitir que o sonho de conseguir um material capaz de transportar
eletricidade sem desperdício à temperatura ambiente é exatamente isso - um
sonho. As pesquisas que se seguiram à corrida pela supercondutividade a
temperaturas cada vez mais elevadas, embora ainda bastante abaixo de zero,
revelam uma sucessão de dissabores. Para começar, há a barreira do termômetro
aos novos compostos.
As cerâmicas de cobre, ítrio e bário, as preferidas dos pesquisadores,
fazem o serviço a no Maximo 148 graus negativos – frio demais para a pretendida
utilização em computadores ultra- rápidos e trens ultravelozes, capazes de
levitar sobre os trilhos. A segunda dor de cabeça é de ordem mecânica:
extremamente quebradiça. A cerâmica não parece prestar-se à fabricação de fios
flexíveis, como os de cobre. O pior de tudo foi uma descoberta recente:
verificou-se que o aumento da temperatura e da intensidade das correntes
elétricas expõe o material supercondutor a um campo magnético que simplesmente
acaba com a festa da condução da eletricidade sem perdas. Não se descobriu –
porque possivelmente não existe – um antídoto para tal fenômeno aletromagnético.
Revista Super Interessante n° 024
Nenhum comentário:
Postar um comentário