Elisa Almeida França
Instituição conta a história de povos como toltecas,astecas
e maias.
Para conhecer a história mexicana, desde o povoamento da
América e as populações pré-colombianas até os povos indígenas atuais, basta
uma visita pelas 23 salas do Museu Nacional de Antropologia do México. A
instituição tem a maior coleção do mundo de arte pré-hispânica, com 60 mil
peças (das quais 15 mil estão expostas), e alguns dos mais antigos vestígios
humanos da América.A viagem a 30 séculos que o museu propõe ao 1,6 milhão de visitantes por ano começa pela sala dedicada ao chamado período pré-clássico, o mais longo da história pré-hispânica. Sua característica principal foi o desenvolvimento intensivo da agricultura e a criação da cerâmica – que foram fundamentais para o florescimento das grandes civilizações mesoamericanas.
Cada uma delas tem seu espaço no Museu Nacional de Antropologia. O destinado aos olmecas, por exemplo, uma das civilizações mais antigas da América, trata da complexa religiosidade da população, associada a rituais como jogo de bola e decapitação. O poderio militar dos toltecas e seu sofisticado sistema de irrigação também encontram espaço na sala ao lado. A sala dos maias, considerada uma das civilizações mais brilhantes da América Central, está entre as mais importantes. Já o espaço dedicado aos astecas mostra, entre outras coisas, cerâmicas usadas em sacrifícios humanos no templo do sol.
Orgulho de ser mexicano
O propósito do museu é enaltecer as raízes indígenas da
população.
1. Fogo nas ventas
Era longa a lista de deuses cultuados pelas civilizações
mesoamericanas, como a serpente emplumada, o jaguar ou o espírito da chuva. O
culto ao velho deus do fogo, Huehuetéotl, também se estendeu por toda a América
Central. Esta imagem, que mostra o deus do fogo com as pernas cruzadas, faz
parte da cultura de Teotihuacán (cidade que ficava a 50 quilômetros da atual
Cidade do México) e data de seu período clássico – entre 200 e 900.
2. Bate, coração
O sacrifício era uma prática comum entre os pré-colombianos
– e supõe-se que os chac mool faziam parte dela. Acredita-se que o personagem
semideitado servia como pedra de sacrifício ou destino para as oferendas,
fossem alimentos ou corações humanos. Este chac mool, criado por volta do ano
1000, foi a primeira peça maia a integrar o acervo do MNA logo após ser
encontrada, no século 19.
3. Astro-rei
A Pedra do Sol, com 3,5 metros de diâmetro, datada entre
1325 e 1521, tem esculpidos elementos relacionados com o culto ao Sol, como o
calendário e o fogo. O calendário asteca, que orientava a agricultura, tinha
365 ou 366 dias (o ano bissexto foi instituído no século 15), divididos em 18
meses de 20 dias. Para completar o ano, cinco ou seis dias eram acrescentados
no fim dele – os nomentemis, dedicados à diversão.
4. Cabeça dura
A arte olmeca é conhecida por suas cabeças monumentais,
datadas entre 1200 e 600 a.C. Acredita-se que elas representem imagens de
governantes ou jogadores de bola que já tinham status diferente. O nariz
largo e os lábios grossos são características de peças como esta, que tem 2,7
metros de altura.
5. Linha de produção
Os escultores toltecas geralmente faziam suas obras em
moldes, o que possibilitava maior produção e, assim, maior acesso da população
a elas. A guacamaya representada pela imagem, que remonta ao período entre 650
e 850 d.C., é uma ave que simboliza o deus Sol, cuja função seria iluminar o
mundo e colocar ordem no caos do Universo.
6. Em quadrinhos
Era comum nas construções maias haver dintéis (acabamento da
parte superior ou das laterais de portas e janelas) que contavam histórias
cotidianas. Nesta peça, com cerca de 1 300 anos, o governante de Yaxchilán
Escudo Jaguar recebe como oferenda de sua esposa principal, Ko Xoc, um capacete
com cabeça de jaguar – o animal era o deus da fertilidade para os maias.
7. O fortudo
A peça olmeca é considerada uma das mais extraordinárias
obras de arte do México pré-Colombo. A escultura, que representa um homem
mostrando sua força, é conhecida pelo nome de El Luchador (O lutador) e data de
cerca de 600 a 400 a.C. Seus olhos puxados mostram semelhança com as populações
asiáticas. A figura é tão famosa que El Luchador Olmeca virou o nome do maior
prêmio de montanhismo do México.
8. Mosaico pós-morte
Da mesma cidade de Teotihuacán, capital asteca antes de
Tenochtitlán e que chegou a ter 125 mil habitantes por volta do ano 500, provém
esta máscara mortuária, que tem cerca de 1 600 anos. Ela é talhada em madeira e
decorada com mosaicos de turquesa. Esse tipo de objeto se incluía entre as
oferendas dedicadas aos mortos – ela era colocada sobre o rosto do defunto.
9. Esporte sério
Este marcador de um campo de jogo de bola, feito entre os
anos 200 e 900, representa um esporte praticado na América Central por mais de
3 mil anos, certas vezes relacionado ao sacrifício humano. Há controvérsias se
quem morria eram os perdedores – já que oferecer a própria vida aos deuses pode
ter sido considerado como troféu.
10. Saia de cobras
A religião – e sua monumentalidade – estava presente em toda
a vida dos astecas. Esta representação de Coatlicue, deusa da “saia de
serpentes”, tem 3,5 metros de altura. Em seu pescoço está um colar formado por
mãos cortadas e corações – o que indica a realização de oferendas humanas aos
deuses. Não se sabe a data certa da estátua – mas estima-se que ela tenha sido
esculpida entre 1325 e 1521.
Aventuras na História n° 032
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