Isabela Flórido
Em pleno Maracanã, acervo não se limita ao futebol.O templo recuperou seu altar. Desde dezembro passado, com a reabertura do Museu de Esportes Mané Garrincha – que atualmente também é chamado de Museu do Futebol por causa de uma mostra do esporte bretão –, o Maracanã voltou a abrigar um espaço destinado a exibir relíquias desportivas. E não somente as da paixão nacional, mas também de outras modalidades. Entre as cerca de 2 mil peças do acervo (todas adquiridas em doações), há troféus, medalhas, selos comemorativos, caricaturas, uniformes, bolas de futebol e luvas de boxe. Pequenas jóias dos momentos de glória de diversos atletas brasileiros.
A trajetória do museu, um espaço de 2,3 mil metros quadrados com imponentes torres de vidro, é recheada de altos e baixos, sempre atrelada a questões políticas. Em sua inauguração, em 1974, ele recebeu o nome do então presidente Emílio Garrastazu Médici. Quase 20 anos depois, em 1993, o museu ganhou o nome que tem hoje. Em 1999, foi desativado para dar lugar a um centro de imprensa para o Mundial de Clubes do ano seguinte. Três anos depois, no governo Anthony Garotinho, houve outra reinauguração – mas as portas não ficaram abertas por muito tempo. Finalmente, nessa última reabertura (a quarta!), o museu – que tem entrada gratuita – se tornou mais uma atração do Maracanã, no Rio de Janeiro, que será o centro das atenções do mundo esportivo no mês de julho, durante os Jogos Pan-Americanos.
1. DAMA DA PISCINA
A medalha mostra por que Maria Lenk, morta em abril aos 92
anos, foi a maior nadadora do Brasil. Em outubro de 1939, a primeira brasileira
a participar de uma Olimpíada – em Los Angeles, sete anos antes – bateu o
recorde mundial do estilo peito, façanha que nenhuma outra nadadora do país
conseguiu repetir.
2. BILHETE DE COPA
Um ingresso do jogo Brasil x Espanha, no Maraca, pela Copa
de 1950, está entre as relíquias do museu. É a lembrança de uma das maiores
goleadas da seleção: um sonoro 7 a 2. A torcida brasileira, para comemorar,
saiu às ruas cantando a música Touradas em Madri.
3. ROUPA DE GÊNIO
O futebol alegre e os dribles geniais de Mané Garrincha
atingiram seu auge na Copa do Mundo de 1962, no Chile. Com este uniforme, o
jogador ajudou o Brasil a conquistar o bicampeonato e ainda seria considerado
um dos craques da competição.
4. GOL MIL
Os aficionados por futebol podem ver de perto a bola do
milésimo gol de Pelé – um pênalti convertido sobre o goleiro argentino Andrada
na vitória do Santos sobre o Vasco por 2 a 1, no Maracanã, em 1969. A bola, de
couro, foi fabricada pela Superball e é toda costurada a mão. A rede do gol
também está no museu.
5. SELINHO DE ARTISTA
Impresso pela Casa da Moeda, na década de 1950, este selo
foi desenhado por um dos nossos mais importantes pintores, José Cândido
Portinari. Ele foi encomendado para o artista em função dos VII Jogos Infantis
de Ginástica Olímpica, realizados no Maracanã.
6. DITO E FEITO
Torneio Rio- São Paulo, 1961. Pelé domina a bola e atravessa
o campo, deixando seis jogadores do Fluminense para trás e marcando um gol
antológico para o Santos. O então jovem cronista esportivo Joelmir Beting
sugeriu que uma placa fosse encomendada para eternizar o feito. Nasceu aí a
expressão “gol de placa”.
7. BANDEIRINHA
Esta flâmula de seda certamente foi uma das muitas
tremuladas na partida inaugural do Estádio Mário Filho, o Maracanã. Construído
para sediar a Copa de 1950, ele foi inaugurado em 16 de junho daquele ano para
um amistoso entre as seleções do Rio e de São Paulo. Vitória dos paulistas por
3 a 1.
8. GALO DE OURO
Éder Jofre, o maior boxeador brasileiro de todos os tempos,
usou estas luvas quando conquistou o título de campeão mundial em 1973 na
categoria peso pena. Elas foram doadas, na inauguração do museu, pelo então
presidente Emílio Garrastazu Médici, que as ganhara do próprio pugilista.
9. CARICATURAs INSPIRADA I
O desenhista Otelo Caçador homenageou, na década de 1950,
alguns grandes jogadores da época, como o zagueiro Bellini, do Vasco da Gama, e
um dos maiores ídolos do Botafogo, Nilton Santos. Nas caricaturas, Caçador usou
a técnica de nanquim sobre papel.
10. CARICATURAS INSPIRADAs II
Na década de 1920, os craques do futebol já eram “vítimas”
de artistas talentosos e irreverentes como Leite. Com nariz avantajado, o
jogador Baby, do Botafogo, não escapou dos traços do desenhista, que usou
nanquim-aquarela sobre papel como técnica. A caricatura mede 23 x 14
centímetros.
Aventuras na História
n° 047
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