Suzana Paquete
Os tremores de terra não são comuns no Brasil, mas
eventualmente eles aparecem. Em 1955, a cidade de Vitória (ES) sentiu os
efeitos de um abalo ocorrido 300 quilômetros mar adentro. As estruturas das
casas ficaram intactas, mas os objetos das prateleiras foram ao chão. Alguns
anos mais tarde, a pequena João Câmara (RN) se tornou conhecida pelos
terremotos que a fizeram tremer durante dez anos. "As pessoas iam até lá
só para sentir um abalo", diz o geofísico Jesus Berrocal, da USP.É claro que esse tipo de ocorrência dificilmente vai provocar uma catástrofe no Brasil, mas isso não significa que a gente esteja livre de enfrentar uma situação de risco. Basta, por exemplo, visitar regiões do mundo sujeitas a tremores. A área mais perigosa é o chamado "Cinturão de Fogo", que compreende todos os países que beiram o oceano Pacífico, como a costa oeste dos Estados Unidos e o Japão.
Nesses locais, as populações são treinadas para emergências em simulações de terremotos - iguais às que são feitas no Brasil para prevenção de incêndios. Mas, como a gente não frequenta tais aulas, não custa nada ficar ligado em algumas dicas práticas. Elas ensinam a agir rápido quando você perceber que o balanço das paredes não foi obra de um simples porre da noite anterior.
Quando a terra treme!
Batentes de portas e
móveis robustos são bons abrigos em ambientes fechados.
TRÂNSITO ABALADO
Se estiver dentro de
um carro, dirija-se a lugares abertos, longe de grandes prédios, e evite a todo
custo atravessar pontes e viadutos. Se você estiver cercado por grandes
construções e observar muitas pessoas correndo pelas ruas, é melhor abandonar o
veículo e procurar, a pé, um local seguro.
SOB OS ESCOMBROS
Se você ficou preso
sob os escombros de alguma construção, aguarde um pouco antes de começar a
gritar ou fazer barulho para chamar a atenção das equipes de resgate. Os
salvamentos acontecem, em geral, só uma hora após o tremor. Por isso, preserve
o fôlego (principalmente se estiver muito ferido) e conserve o ar que existe ao
seu redor.
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
Dentro de um prédio,
após o abalo passar, verifique se seus companheiros estão bem e dê início à
evacuação do lugar. Todos devem caminhar junto às paredes, em fila indiana, com
calma e prestando atenção aos objetos soltos e a eventuais buracos no piso.
FIQUE ANTENADO
Quando chegar a um
lugar seguro, procure notícias no rádio para saber se os tremores cessaram ou
se há previsões de novos abalos. Após essas catástrofes, as emissoras
transmitem orientações sobre as próximas providências a tomar. Só profissionais
de órgãos como Corpo de Bombeiros e Defesa Civil é que devem iniciar a busca
por desaparecidos.
TÁBUA DE SALVAÇÃO
Caso você esteja num
ambiente fechado quando o abalo começar, esconda-se debaixo de um móvel
robusto, como uma mesa ou uma cama. Esses móveis ajudam a diminuir os riscos de
que lustres, objetos soltos, quadros pendurados e até pedaços do teto caiam
sobre você.
MELHOR PREVENIR...
Se você for passar um
bom tempo em uma região com alto risco de tremores, o ideal é fazer como os
habitantes desses locais e montar um kit próprio de emergência. Ele deve ficar
em um local acessível e conter rádio, lanterna, estojo de primeiros socorros,
água potável, cobertor, comida enlatada e abridor. Ao primeiro sinal de abalo,
pegue seu kit.
PORTA DA ESPERANÇA
Num recinto fechado,
um dos pontos mais seguros é sob os batentes das portas. Em torno deles sempre
existem vigas e pilares de concreto, estruturas mais difíceis de serem destruídas. Estando
muito distante de algum batente, outra opção é sentar bem encostado a uma
parede.
Revista Mundo Estranho Edição 27/ 2004
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