Tudo indica que seja por causa de uma tradição importada dos
países do hemisfério norte, onde maio é um mês muito importante para os
costumes populares. "Naquela parte do mundo, a chegada de maio é celebrada
com muitas flores, em homenagem à natureza que refloresce e à primavera que por
lá atinge a plenitude. Ao longo dos séculos, esses elementos foram sendo
associados à celebração do amor no casamento. Essa mesma ligação com as flores
e a feminilidade fez com que maio, além de mês das noivas, também fosse considerado
o mês das mães e de Maria", diz o padre e teólogo Pedro Iwashita, do
Instituto Teológico de São Paulo. De qualquer forma, o costume de realizar os
casórios em maio anda perdendo força. No Brasil, um estudo da Fundação Sistema
Estadual de Análise de Dados (Seade), em São Paulo, mostrou que os paulistas
preferem casar em dezembro, mês que concentrou 14,5% dos matrimônios de 2002.
Por aqui, parece que a tradição cedeu lugar à praticidade: os entrevistados
afirmaram que as férias de final de ano e o empurrãozinho do 13º salário foram
decisivos na hora de escolher a data. Mesmo na Europa, o mês de maio não é um
consenso na hora de unir maridos e mulheres. Em países como a Inglaterra, junho
é considerado o mês ideal - trata-se de uma tradição da Antiguidade, quando os
romanos homenageavam Juno, deusa das mulheres e dos casamentos. Na América do
Norte, os americanos preferem dizer "sim" em fevereiro, considerado o
mês nacional dos casamentos. Por lá, vale tudo para celebrar a união perto do Dia
dos Namorados, o Valentine’s Day, que naquele país é comemorado em 14 de
fevereiro e não em 12 de junho, como no Brasil.
Revista Mundo Estranho Edição 27/ 2004
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