Paulo Araújo
Livro revela pinturas
e gravuras com até 12 mil anos de 32 sítios arqueológicos brasileiros.
Com exceção, talvez, dos painéis do Parque Nacional da Serra
da Capivara, em São Raimundo Nonato, no Piauí, a produção artística dos povos
que ocuparam nosso país há milhares de anos é pouco conhecida dos brasileiros.
Para mudar esse panorama, três especialistas se reuniram há sete anos para
visitar e fotografar 32 sítios arqueológicos em 15 estados brasileiros.
O arqueólogo André Prous, da Universidade Federal de Minas
Gerais, a historiadora Loredana Ribeiro, da Universidade Estadual de Campinas,
e o cineasta e artista plástico curitibano Marcos Jorge viajaram de Roraima a
Santa Catarina e descobriram verdadeiros “filmes” impressos em grutas e
paredões. Os desenhos são datados de até 12 mil anos atrás.Resultado da edição das fotos, Brasil Rupestre – Arte Pré-Histórica Brasileira, da editora Zencrane, é ao mesmo tempo um livro de arte e ciência, dividido em duas partes. Na primeira, traz um ensaio fotográfico bem editado sobre homens e pedras, acompanhado de impressões do cineasta sobre os locais visitados. Na segunda parte, os professores explicam em linguagem simples os conceitos básicos de arqueologia e constroem uma linha do tempo sobre as representações visuais do homem pré-histórico brasileiro.
O que sugerem as imagens
Não há explicação técnica sobre os temas da arte rupestre.
Mesmo assim, é possível observar padrões de representação gráfica.
O todo pela parte
No Nordeste e no centro do Brasil, a palma da mão é um
desenho recorrente. Pode ser a prova da participação em ritual religioso.
Objetos de caça
O homem pré-histórico brasileiro já trabalhava com vários
instrumentos, especialmente de caça: lanças, tacapes, ganchos e arcos estão
presentes em quase todas as cavernas e paredões Brasil afora.
Formas humanas
É o desenho mais encontrado de norte a sul do país. No Rio
Grande do Norte, as figuras têm cabeças em forma de C (ou apresentam um bico de
ave), enquanto na serra da Capivara, no Piauí, elas são ovóides.
Aventuras na História n° 045
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