Ninguém sabe ao certo, mas provavelmente não. Evidências
sobre a existência da cidade de Tróia e sobre uma guerra entre ela e os gregos
até já foram encontradas, mas sobre o lendário cavalo, nada. Entretanto, essa
história é tão boa que conquistou até Hollywood: no filme Tróia, que estréia
este mês, o equino mitológico divide as atenções com o astro Brad Pitt. O
artifício grego de construir um enorme cavalo de madeira, recheá-lo de soldados
e abandoná-lo diante das muralhas de Tróia é descrito em detalhes no poema
épico Eneida, do poeta latino Virgílio. Ele conta como os gregos, fingindo
abandonar a guerra, retiraram-se para uma ilha próxima, deixando o cavalo como
oferenda a Atena, deusa protetora de Tróia. Os troianos acolheram o presente e,
durante a noite, os guerreiros que estavam dentro dele abriram as portas da
cidade para a entrada do exército grego, que massacrou os rivais. Outros
relatos sobre essa fantástica história são atribuídos ao poeta Homero, mas a
própria existência do escritor como personagem histórico é incerta. Se o cavalo
de fato existiu, deve ter sido construído por volta do ano 1250 a.C., quando
teria ocorrido a famosa guerra, no litoral oeste da atual Turquia. "Vários
sítios da atual costa turca foram destruídos entre os séculos 12 e 13 a.C. Ou
seja, os poemas reduzem a uma cidade acontecimentos que abalaram toda a região
na época", diz a historiadora Maria Cristina Kormikiaria, da Universidade
de São Paulo (USP). Real ou não, o Cavalo de Tróia teve um papel fundamental.
"Ele foi um símbolo de guerra importante para os gregos. Há quem se refira
a ele como o primeiro tanque de guerra da humanidade", diz outra
historiadora, Margarida Maria de Carvalho, da Unesp de Franca (SP).
Revista Mundo Estranho Edição 27/ 2004
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