A ópera surgiu da união da poesia dramática e da música. Os
rastros de sua origem podem ser seguidos até a Grécia antiga, quando grandes
dramaturgos - como Sófocles (496-406 a.C.), autor de Édipo Rei e Antígona - já
usavam corais musicais na encenação das emocionantes tragédias gregas. Além de
ter esse "DNA helênico", a ópera também possui como ancestrais os dramas
bíblicos encenados na Idade Média. Sua origem moderna, porém, ainda rende muita
discussão entre críticos e historiadores musicais. A idéia mais aceita é a de
que a ópera como a conhecemos hoje surgiu no século 16, na Itália, quando
músicos, cantores, poetas e dramaturgos se reuniam para produzir espetáculos
batizados de "comédias madrigais". Apesar de seu texto integral ter
se perdido ao longo dos séculos, Dafne, de 1598, dos italianos Jacopo Peri e
Ottavio Rinuccini, é reconhecida como a primeiríssima obra do gênero. Já a
ópera mais antiga ainda preservada é Eurídice, também da dupla Peri-Rinuccini,
encenada pela primeira vez em 1601, em Florença na Itália. Por unir música,
poesia e dramaturgia, a ópera já foi descrita como "uma coisa
bizarra", mas se estabeleceu como uma forma de arte sofisticada e, por
vezes, incompreendida. O escritor inglês Lorde Chesterfield certa vez escreveu:
"As óperas são por demais absurdas e extravagantes. Olho para elas como
uma cena mágica que agrada aos olhos e aos ouvidos, mas que sacrifica o
entendimento".
Revista Mundo Estranho Edição 27/2004
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