Fábio Peixoto
Às vezes, as atitudes de uns poucos homens podem mudar o
mundo. É o que mostra o historiador húngaro John Lukacs em Junho de 1941:
Hitler e Stálin (Jorge Zahar). A partir de cartas e documentos de Estado, ele
investiga como a relação entre os ditadores evoluiu de um pacto de
não-agressão, assinado em 1939, à invasão da União Soviética pela Alemanha, em
22 de junho de 1941. Hoje pode soar estranho, mas Stálin tinha mais simpatia
pelos alemães que pelos ingleses, que seriam seus aliados. Se Hitler tivesse se
importado com isso, o fim da guerra poderia ser outro.
Trecho do livro
A chave para o que se seguiu não é mais a competência de
Stálin como estadista, mas a persistência de sua fé em Hitler. Os relatórios
chegavam toda hora a Moscou, não apenas sobre a quantidade crescente de
divisões alemãs na Polônia, mas também sobre a decisão de Hitler de invadir a
Rússia, alguns deles mencionando meados de junho. Dizer que Stálin teve
relutância em acreditar neles é atenuar o fato: ele simplesmente não acreditou.
Não acreditava, não podia acreditar, que Hitler resolvesse entrar em guerra com
ele num momento em que a Alemanha enfrentava a Inglaterra. Uma guerra em duas
frentes era algo que Hitler não iria desejar.
Aventuras na História n° 046
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