Não. Nem os Estados Unidos têm tanto poder. A internet é uma
rede muito complexa de computadores interligados por fios, satélites, cabos
submarinos... Uma infra- estrutura enorme que permite a troca de informações e
o contato entre pessoas de todo o planeta. Dentro desse sistema, existem
"nós" centralizadores que se conectam com outros grupos. Seu
computador aí na MTV, por exemplo, está ligado a uma máquina que recebe todos
os fios dos micros da emissora. Esse sistema está ligado a um provedor ainda
maior por meio de outras conexões. O provedor, por sua vez, se liga a outros
"nós" dentro da cidade de São Paulo, que se ligam a outras cidades,
estados, países e continentes, formando uma gigantesca teia mundial. Como hoje
em dia estar conectado significa "dinheiro", as empresas tomam todos
os cuidados para que não haja uma grande queda na rede de computadores. Uma das
providências é ter mais de uma conexão, a chamada "redundância".
"É como uma malha rodoviária bem planejada. Existem vários caminhos que
ligam uma cidade à outra. Se um é interditado, continua havendo o outro, ainda
que a via fique mais congestionada", afirma o físico Renato Franzin, do
Laboratório de Sistemas Integráveis da Universidade de São Paulo (USP). Essas
rotas alternativas virtuais podem ser mais longas e menos eficientes, mas
também funcionam, evitando que um maluco qualquer paralise totalmente a
internet com um simples apertar de botões. Essa preocupação com a segurança
esteve presente desde os primeiros passos rumo à criação da rede mundial de
computadores, nos anos 60, quando começavam a se interligar centros de pesquisa
ao redor do planeta. Na pré-história da internet, se uma grande conexão fosse
desligada, até era possível interromper boa parte da comunicação. Mas hoje em
dia, Rafa, isso é praticamente impossível. Quem chega mais perto de provocar
esse desastre tecnológico são os hackers, que espalham vírus capazes de tornar
trechos da rede inoperantes. Mesmo assim, dificilmente 100% da internet seria
interrompida.
Revista Mundo Estranho Edição 29/ 2004
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