quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Custar os olhos da cara

Julia Moióli

Para dizer que pagamos muito caro por algum produto, costumamos exagerar e usar os olhos como sinônimo  de um valor alto demais. Parece história de pescador, mas a origem mais conhecida dessa expressão mostra que esse preço foi pago por alguém: o conquistador espanhol Diego de Almagro (1479-1538), companheiro do general Pizarro em sua conquista a América.
Almagro perdeu um olho quando tentava invadir uma fortaleza inca. Depois da disputa, ao apresentar-se ao imperador espanhol Carlos I, teria afirmado: “Defender os interesses da Coroa espanhola me custou um olho da cara”. O conquistador continuou espalhando seu feito e o custo dele para quem quisesse ouvir. A frase, de tão repetida, chegou aos ouvidos dos soldados e deles para a boca do povo.
Se essa história parece cruel o suficiente, há quem diga também que a origem da expressão seja mais antiga e venha do hábito de povos da Mesopotâmia de arrancar os olhos de quem pudesse colocar em risco a estabilidade do governo. Os assírios, por exemplo, organizavam guerras sangrentas e seus prisioneiros tinham mãos, pés, orelhas e olhos mutilados e arrancados. Com os inimigos cegos e inofensivos, tudo ficava mais calmo.

Revista Aventuras na História n° 009




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