Apesar de os casos serem menos conhecidos, existem, sim.
"A distribuição do Down é igual para todos", diz o geneticista Paulo
Alberto Otto, da Universidade de São Paulo (USP). A síndrome pode não fazer
distinção de cor antes do nascimento, mas há a possibilidade de que faça alguns
anos depois. Um estudo realizado em 2001 pelo Centro de Controle de Doenças e
Prevenção dos Estados Unidos concluiu que, em média, brancos com a síndrome
vivem o dobro do tempo que os negros. Entretanto, o próprio órgão americano
frisa que este dado estatístico se refere a um único estudo e, como os
especialistas ainda não sabem explicar o porquê de tamanha disparidade, o
assunto ainda merece mais pesquisas.
Certo, porém, é que o
Down é mais comum do que se pensa: de cada 800 crianças, uma nasce com o
problema. A causa da síndrome é um cromossomo extra infiltrado no DNA, o material que carrega
nossas informações genéticas. Normalmente, as pessoas têm seus genes
distribuídos em 46 cromossomos, que vêm em 23 pares. Quem possui Down tem um
cromossomo a mais no par número 21, totalizando 47. Essa desordem no DNA é o
que causa os sintomas conhecidos, como rosto achatado, músculos flácidos,
problemas cardíacos e um retardamento mental que pode ser leve ou agudo. As
mães não têm como prevenir totalmente o Down, mas há um fator que influi, e
muito, na possibilidade de ter um filho com a síndrome: a idade materna. Em
mulheres com menos de 35 anos, a incidência é de uma criança com o problema
para cada mil partos. Para mães com mais de 40 anos, a proporção chega a um
caso para cada quatro dezenas de nascimentos.
Revista Mundo Estranho Edição 20/ 2003
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