Curiosamente não. E isso deixa a gente com a pulga atrás da
orelha, já que os gêmeos idênticos (ou univitelinos) são clones perfeitos, eles
têm o mesmo DNA. Afinal, são formados quando um único óvulo, fecundado por um
espermatozóide, se divide em dois embriões. A princípio, esses irmãos deveriam
ser idênticos de cabo a rabo. Mesmo assim, a papiloscopia - ciência que estuda
as linhas das mãos e dos pés - diz que as impressões digitais dos univitelinos
podem até seguir a mesma fórmula, mas nunca serão iguais. "A digital muda
de dedo para dedo, de mão para mão. Assim como não existem duas zebras com o
mesmo desenho, não existem duas pessoas com a mesma impressão digital",
afirma José Luiz Lopes, papiloscopista e presidente da Associação Brasiliense de
Peritos Papiloscopistas (Asbrapp).
Como explicar o mistério então? A chave está no contato dos
dedos dos fetos com o ambiente intra- uterino. Como estão em posições
ligeiramente diferentes na barriga da mãe, eles travam contato com ambientes
distintos. É por isso também que, na hipótese da existência de clones no
futuro, estes também teriam impressões digitais diferentes das da pessoa
clonada. A diversidade das digitais está nas papilas, aqueles minúsculos sulcos
e relevos que formam desenhinhos na camada mais externa da pele, a epiderme.
São, em média, 36 papilas por milímetro quadrado. Elas se dividem em inúmeras
ramificações, bifurcações, desvios, interrupções e orifícios. Tal complexidade
faz com que muitos peritos considerem o método de identificação pelas digitais
até mais preciso do que o exame de DNA. Esse teste, afinal, não funcionaria
para separar um gêmeo idêntico do outro.
Revista Mundo Estranho Edição 20/ 2003
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