Giedre Moura
Passagem entre Índia e
China volta a funcionar após 44 anos.
Por ela circularam Gêngis Khan e Marco Polo. Circulou a
peste, o budismo e o islamismo. E, claro, a seda, a preciosa mercadoria chinesa
que surgiu em 2000 a.C. Foi o tecido que deu nome a uma das rotas de transporte
e imigração mais conhecidas da humanidade. Com 7mil quilômetros que ligam o
Ocidente ao Oriente, da antiga capital chinesa de Xian ao mar Mediterrâneo, a
Rota da Seda teve um trecho entre a Índia e a China reaberto em 6 de julho.
Essa passagem estava fechada havia 44 anos. Ela está
localizada a mais de 4mil metros de altitude, em Nathu La, na China. Sua
reabertura vinha sendo negociada pelos países há três anos. A interrupção
ocorreu em 1962, após uma guerra entre os dois. O conflito acabou com um
armistício no mesmo ano, mas a fronteira permaneceu fechada ao comércio. “Com o
fechamento, a exportação entre a China e a Índia tornou-se muito mais longa e
demorada, pois passou a ser feita por vias marítimas”, diz Dru Gladney,
historiador e antropólogo do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade do
Havaí. Uma das grandes expectativas das autoridades chinesas é que a reabertura
da Rota da Seda auxilie no desenvolvimento da região tibetana, uma das mais
pobres do país. Antes da guerra das fronteiras, Nathu La movimentava quase 80%
de todo o comércio entre a Índia e a China.
Aventuras na História n° 037
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