Foi um dos mais importantes militantes americanos na luta
contra o racismo nas décadas de 50 e 60. Nascido na cidade de Omaha, em 1925, o
pequeno Malcolm Little teve uma infância trágica: perdeu o pai assassinado e
viu sua casa ser incendiada pelo grupo racista branco Ku Klux Klan. Na
adolescência, passou por várias casas de custódia e foi parar na cadeia. Em
1946, enquanto cumpria pena por roubo, converteu-se ao islamismo e aderiu à
Nação do Islã, uma seita defensora do conceito de superioridade negra. Seguindo
um dos preceitos da entidade, que negava os sobrenomes adotados pela população
negra americana e os denunciava como resquícios da escravidão, o militante
assumiu o nome de Malcolm-X. Começava aí sua ação política: praticando
rigorosos padrões religiosos, ele iniciou uma série de viagens pelos Estados
Unidos, fundando mesquitas e fazendo palestras. Sua estratégia radical se
opunha ao movimento pelos direitos civis dos negros, liderado por militantes
moderados, como o pastor batista Martin Luther King.
Na verdade, Malcolm
recusava a igualdade racial e a integração à sociedade branca, defendendo o
separatismo dos negros e afirmando que a violência era um recurso aceitável
para a autoproteção. Suas idéias e seu talento de orador reuniram um grande
número de seguidores para a Nação do Islã. Entretanto, em março de 1964, Malcolm
desentendeu-se com outros líderes da seita e abandonou o grupo. Pouco depois,
formou seu próprio movimento religioso e embarcou para uma peregrinação à
cidade de Meca, na Arábia Saudita. O retorno aos Estados Unidos marcou uma
virada ideológica: após a viagem, o militante anunciou idéias mais brandas
quanto ao separatismo negro, admitindo a possibilidade de convivência com a
sociedade branca. As novas posições acirraram a tensão com antigos seguidores
e, em 21 de fevereiro de 1965, Malcolm-X acabou assassinado por integrantes do
próprio movimento negro, durante um comício em Nova York.
Anos de luta
Nas décadas de 50 e 60 ganharam fama vários líderes e
movimentos de defesa dos negros nos Estados Unidos.
MARTIN LUTHER KING
Destacando-se como
principal líder do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos a partir
de meados dos anos 50, esse pastor batista defendia a não- violência e o fim da
segregação racial contra os negros americanos. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em
1964, mas foi assassinado quatro anos depois.
PANTERAS NEGRAS
Formado em 1966 com o
nome de Partido Pantera Negra para
Autodefesa, esse grupo californiano tinha como objetivo original proteger
moradores dos guetos negros contra a brutalidade policial. Entretanto, logo
suas atividades descambaram para a violência. Perseguida pela Justiça, a
organização foi fechada no início da década de 80.
NAÇÃO DO ISLÃ
A organização
religiosa que teve Malcolm-X como um de seus líderes surgiu na década de 10,
mas ganharia importância a partir dos anos 50. Com uma interpretação peculiar
do islamismo, a seita tinha como fundamento principal a defesa da supremacia
negra. Divergências internas racharam o grupo, mas algumas facções existem até
hoje.
Revista Mundo Estranho Edição 20/ 2003
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