Basicamente, ele registra imagens da mesma maneira que uma
câmera digital, já que todos os modelos levam embutido um acessório desse tipo.
A principal diferença é que a resolução das fotos que os celulares tiram é bem
menor que o aceitável para uma câmera digital comercial. Enquanto a foto dos
celulares tem no máximo 300 mil pixels - nome dado aos pontos coloridos que
formam uma imagem digital -, uma câmera tem imagens com pelos menos quatro
vezes mais pontos. No caso dos modelos amadores mais sofisticados, a resolução
pode chegar a 3,5 milhões de pontos (ou 3,5 megapixels). Apesar dessa
limitação, esses telefones são ótimos brinquedos: você pode tirar instantâneos
sem ninguém perceber ou colocar fotos no identificador de chamadas. Outro
atrativo é poder mandar as imagens para endereços de e-mail ou para outros
celulares quase instantaneamente - o envio não costuma demorar mais que cinco
segundos. Mesmo o problema da resolução deve acabar logo. "Na Europa e no
Japão já há celulares que tiram fotos de até 1,3 megapixel. Aparelhos com essa
tecnologia vão chegar ao Brasil ainda neste ano", diz o engenheiro Edson
Bortolli, da Motorola. Será o começo do fim das câmeras que não fazem nada além
de tirar fotos?
Xis digital Câmera embutida gera imagens que podem ser transmitidas por ondas de rádio.
1. Os celulares que tiram fotos têm câmeras digitais embutidas. Em relação às máquinas que usam filme, a primeira diferença está na lente. Nos modelos tradicionais, as lentes focalizam toda a luz em cima de um pedaço do filme fotográfico, de 24 por 36 mm. Nas digitais, a luz é direcionada para uma chapa de sensores de apenas 5 mm e a lente é menor, do tamanho de uma unha.
2. O "filme" da câmera digital é uma chapa cheia de sensores, os pixels, pontos que formam a foto. Quanto mais partículas de luz cada um deles receber, maior será sua carga elétrica. Assim, a máquina fica sabendo as variações no brilho da cena para compor imagens em preto-e-branco.
3. As imagens coloridas aparecem porque cada pixel é coberto por um filtro com uma das cores primárias (azul, vermelho e verde), que formam todos os outros tons. Se um pixel com filtro azul percebe essa cor com brilho máximo e seus vizinhos captam uma intensidade igual para o vermelho e nada para o verde, o processador verá que essa pequeníssima região da imagem é lilás (soma de azul e vermelho total e ausência de verde).
4. Depois que o chip da máquina fez cada pequeníssima região assumir uma cor específica entre milhares possíveis, a imagem ainda tem um jeitão de mosaico (está "pixelizada", como se diz na linguagem técnica). Para que a foto fique mais realista, o processador reagrupa a coloração de cada conjunto de quatro pequenas regiões, formando um único ponto de cor mais próxima do real.
5. A essa altura, a imagem já está prontinha na tela do celular. Mas, para que ela possa ser transmitida para outro aparelho ou por e-mail, toda a informação luminosa da foto precisa ser convertida pelo processador em uma sequência binária, repleta de zeros e uns. O resultado final é um arquivo digital comum, que pode transitar por ondas de rádio e chegar à internet.
Revista Mundo Estranho Edição 25/ 2004
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