O modelo mais sensível de cinto trava não só quando o carro
leva um tranco poderoso, como também em freadas menos bruscas. Para que isso
aconteça, basta que algum tipo de abalo seja sentido pela parte do cinto que a
gente não vê - que fica enrolada como um carretel nas laterais do carro, perto
da parte inferior das portas. Quando isso ocorre, a freada faz acionar um pino,
que por sua vez dispara o sistema de travamento, brecando o cinto. Todo mundo
já está careca de saber da importância de usar esse dispositivo de segurança,
mas não custa reforçar com um exemplo concreto. Se uma pessoa de 80 quilos
estiver sem cinto e bater o carro a 50 km/h, seu corpo é arremessado para a
frente com uma força equivalente a 12 toneladas! A vantagem do cinto é que ele
dissipa essa força ao se esticar um pouco durante o impacto, fazendo a pressão
do corpo contra ele cair para 2 toneladas. O tranco pode até machucar, mas você
tem muito mais chance de sair vivo!
Mecânica da proteçãoConjunto de encaixes garante a eficiência do dispositivo.
1. SITUAÇÃO NORMAL: A parte do cinto que a gente não vê fica enrolada como uma bobina em volta de uma roda dentada. Quando alguém puxa o cinto para a frente, uma mola em volta da roda é esticada, mantendo o cinto firme. Quando a gente desprende o cinto, a mola volta à posição de origem e faz o rolamento girar no sentido contrário, "rebobinando" o cinto.
2. INÍCIO DA FREADA: Quando ocorre uma batida ou uma freada, entra em ação o pino de travamento, cuja função é disparar o processo que breca o cinto. Nos trancos violentos, o cinto é puxado e a roda dentada gira bem rápido. O movimento veloz da roda cria uma força centrífuga que faz o pino saltar para fora da circunferência da roda dentada.
3. CINTO TRAVADO: O pino saltado empurra uma barra (em verde) ligada a outro pino deslizante. Essa estrutura, por sua vez, está conectada à peça responsável pelo tranco efetivo do cinto (em laranja). No passo final, o pino deslizante desloca a peça laranja, que bate na roda dentada do rolamento. Quando isso acontece, os dentes se encaixam na peça e o cinto trava.
Revista Mundo Estranho Edição 25/ 2004
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