A própolis é um hormônio vegetal que dá uma ajuda
indispensável para a saúde das plantas e, segundo pesquisas recentes, pode dar
uma força para o nosso bem-estar também. A razão é simples: a principal função
desse hormônio é proteger os brotos de plantas em crescimento contra ataques de
fungos e bactérias. Ou seja, é mais ou menos o mesmo papel que os anticorpos
desempenham no corpo humano. Esse efeito de defesa foi percebido rapidinho
pelas abelhas, que costumam usar a própolis contra seus inimigos naturais.
"Nas gemas das plantas, esses insetos retiram o hormônio presente em forma
de resina e o reaplicam na parte externa da colméia. Dessa forma, a própolis
age como vedante, protegendo o lar das abelhas contra organismos invasores que
querem roubar mel", afirma o bioquímico Yong Park, da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp). Para conseguir a própolis que nós consumimos,
os produtores preferem extrair o produto das colméias, onde a quantidade é
maior que nas plantas - só para dar uma idéia, pode-se tirar cerca de 300
gramas de própolis de uma colméia por mês. O primeiro passo é raspar a camada
mais externa, onde a resina fica concentrada. Na segunda etapa, a casca seca é
triturada e misturada com álcool. O processo seguinte, a filtração, dá como
resultado o extrato líquido puro. No final, o produto ainda pode ser diluído em
água ou misturado a outros ingredientes, como agrião, menta e mel. Apesar de
existir no mercado apenas um tipo de própolis, os cientistas estimam que pode
haver dezenas de variações. "Estamos descobrindo que cada variedade é mais
eficaz contra um determinado tipo de doença", diz Yong. As pesquisas sobre
o assunto estão começando, mas os especialistas já sonham que esse remédio
natural seja eficaz não só no combate à gripe, seu uso mais tradicional, mas
contra o envelhecimento, cáries, cânceres e até aids.
Cura em gotas
Pesquisas indicam que
o extrato pode combater diversos males.
GRIPE- O produto é eficaz contra as dores de garganta da
gripe porque ataca as bactérias que causam a inflamação. Sua ação anti-séptica
e antimicrobiana mata os microorganismos.
CÁRIE- Alguns
compostos da própolis são eficazes contra a enzima da bactéria Streptococcus
mutans, o microorganismo que provoca a cárie. Segundo os especialistas, um
bochecho diário reduziria o problema.
CÂNCER- Estudos
preliminares mostraram que a própolis extraída de arbustos de alecrim no
Nordeste brasileiro consegue inibir o crescimento de tumores intestinais e de
pulmão.
AIDS- Um tipo de
própolis encontrado em Bagé (RS) apresentou resultados promissores em testes
contra o vírus HIV. O sucesso dessa própolis pode estar relacionado à presença
de ácido morônico na composição, que seria capaz de inibir o crescimento do
vírus.
Revista Mundo Estranho Edição 25/ 2004
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