domingo, 23 de setembro de 2012

Museu Churchill


Rafael Magalhães
Detalhes da vida privada e política do líder inglês na Segunda Guerra.
Para quem foi considerado o maior britânico de todos os tempos, demorou bastante para Winston Churchill ganhar um museu dedicado à sua vida. Em compensação, o espaço faz jus à sua trajetória. O Churchill Museum foi inaugurado em 11 de fevereiro de 2005, após investimentos de 23 milhões de reais. Ele faz parte de um anexo dos Cabinet War Rooms, o museu localizado no abrigo subterrâneo que a cúpula do governo britânico ocupava durante os bombardeios alemães a Londres na Segunda Guerra.
Político duas vezes primeiro-ministro, comandante de operações militares, jornalista correspondente de guerra e escritor vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 1953, Winston Churchill ainda povoa o imaginário britânico como o homem que salvou o império e o mundo do nazismo. A história não é bem essa – e o museu não está ali para desfazer mitos. A maneira como mostra a vida do político, no entanto, não deixa escapar nenhum momento, dos bons aos ruins.
O museu é dividido ao meio por uma linha do tempo multimídia, movimentada pelos visitantes, que mostra a trajetória do político. As famosas frases de Churchill, cheias de ironia, passeiam por uma tela. Seu dia-a-dia e sua maneira de se vestir são retratados de forma bem-humorada. Seu funeral, de um jeito reverente. Por essas e outras, não é difícil encontrar por lá britânicos mais idosos enxugando as lágrimas.

Bem protegido
A coleção fica em um antigo abrigo antibombas.

1. Abre-te
Churchill ganhou a guerra, mas viu o Partido Conservador perder a eleição e foi obrigado a deixar a casa número 10 da Downing Street, a residência oficial dos primeiros-ministros. Mas, em 1951, ele abriria novamente a porta da casa (que está em exposição) como premiê, até renunciar em 1955, por problemas de saúde. Nesse segundo período em Downing Street, Churchill enfrentou conflitos contra o controle britânico na África e na Ásia.

2. Premiê literato
Winston Churchill é o único chefe de Estado ou de governo a ter recebido o Nobel de Literatura – entregue em 1953 por seus seis volumes de memória da Segunda Guerra. Churchill, já primeiro-ministro, precisou viajar para uma conferência internacional e não esteve presente na cerimônia de entrega do prêmio em Estocolmo. A esposa Clementine o representou.

3. Chapéu e ceroula
O museu mostra também a indumentária que acabou virando marca registrada do político. Um dos exemplos é o chapéu preto de feltro, assim como a bengala e o charuto. Também estão lá seus pijamas e o seu siren suit, um macacão aveludado de cor vinho geralmente usa do por baixo da roupa, que Churchill vestia até mesmo em encontros de trabalho.

4. Buldogue britânico
Logo depois de o político se tornar primeiro-ministro, vários objetos foram lançados com sua imagem. Desde figurinhas até pôsteres, passando pelo cachorro, esta estátua de cerâmica pintada de dourado com sua cara no corpo de um cão – talvez a mais famosa representação de Churchill. Ela se baseia na imagem do “British Bulldog”, forma como os russos chamavam o líder britânico.

5. Meu querido diário
A linha do tempo que se estende em diagonal dividindo o Churchill Museum ao meio é operada manualmente pelos visitantes, como se fossem páginas. Cada um pode escolher o período que achar mais interessante e percorrer os fatos de sua trajetória da maneira que quiser. Ela funciona como um diário interativo da vida de Churchill.

6. Revólver para um fujão
Como jornalista, Churchill foi à África do Sul em 1899 cobrir a Guerra dos Bôeres para o Morning Post. Foi capturado numa emboscada dos soldados inimigos. Mas conseguiu escapar e foi ajudado pelo funcionário de uma mina, John Howard, que lhe deu este revólver e o escondeu num trem que partia para território neutro. A notícia da fuga de Churchill tornou-o uma celebridade no Reino Unido.

7. Visita aos escombros
Durante os pesados bombardeios alemães a Londres no início dos anos 40, Churchill ficava nos Cabinet War Rooms o menor tempo possível, somente quando se tratava de algo realmente inevitável. Logo que o ataque terminava, ele voltava às ruas para checar os estragos. Nesta foto, acompanhado pela esposa Clementine, ele observa os danos causados pelas bombas na Guildhall Art Gallery.

8. Medalhas e condecorações
Entre 1895 e 1962, Winston Churchill recebeu 37 ordens, condecorações e medalhas. Dez delas por sua ativa participação nos campos de batalha. Em 1953, mesmo ano em que recebeu o Nobel, foi condecorado por Elisabeth II com a Ordem de Garter, a mais elevada honraria da coroa. Dez anos depois, o presidente John Kennedy agraciou Churchill com o título de cidadão honorário dos Estados Unidos.

9. Sete bengaladas
Entre as fotos e objetos da infância do político está este livro de castigos de 1891 da aristocrática Harrow School. Na página referente ao dia 25 de maio, consta uma punição por mau comportamento e violação de regras pelo jovem Winston Churchill. Foram sete pancadas de bengala. Churchill passou boa parte de sua infância e adolescência em colégios internos e quase não via os pais.

10. Com o melhor amigo
Winston Churchill era um apaixonado por animais. E o museu tem um espaço reservado para mostrar essa relação: cães, gatos, coelhos, carpas... Na foto, o então primeiro-ministro acaricia o cão do marechal Bernard Montgomery, comandante das tropas britânicas durante a Segunda Guerra Mundial. O cachorro foi batizado de Rommel, sobrenome do comandante das tropas alemãs no norte da África, conhecido como “Raposa do Deserto”.

Aventuras na História n° 034

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