Porque nosso aparelho vocal fica repleto de hélio, gás usado
para inflar os balões. "Como a velocidade do som no hélio é maior do que
no ar, o timbre da voz fica distorcido", diz o físico Joe Wolfe,
especialista em fala da Universidade New South Wales, na Austrália. Ao se
formar nas cordas vocais, o som da voz ainda é bem fraquinho. Mas ao caminhar
pela garganta, boca e cavidades nasais ele ricocheteia pelas paredes dessas
estruturas e aumenta de volume. O veículo que o som usa para percorrer esse
caminho, claro, é o ar. Nesse meio, o som viaja a 1 191 km/h, determinando o
jeitão normal de nossa voz.
No hélio, como a
velocidade chega a 3 207 km/h, o som vai rebater quase três vezes mais rápido
nas paredes do aparelho vocal. A voz, então, vai ganhar um timbre estilo Pato
Donald. Apesar de engraçada, a experiência pode ser perigosa. Há até registros
de pessoas que morreram ao inalar muito hélio nessa brincadeira! O máximo que
dá para fazer sem risco é respirar o gás de uma pequena bexiga e só por uma fração de segundo.
Revista Mundo Estranho Edição 16/ 2003
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