domingo, 16 de setembro de 2012

Serviço secreto britânico investigou John Lennon por subversão a pedido dos EUA


Rafael Maranhão
John Lennon era um tipo muito suspeito. Foi isso que uma nova abertura de arquivos do MI5, o serviço secreto britânico, revelou em março. Em 1971, Lennon vivia em Nova York, nos Estados Unidos, com a artista plástica japonesa Yoko Ono. Lá, participavam ativamente de campanhas contra a presença americana no Vietnã, fazendo críticas severas ao governo do presidente Richard Nixon. Como não achou nada que servisse de motivo para obrigar o cantor a se retirar do país, o FBI (a polícia federal americana) pediu ajuda aos colegas do MI5. Queria que tentassem encontrar pelo Reino Unido algum indício de ligações de Lennon com regimes comunistas ou organizações terroristas – ou qualquer coisa que justificasse um pedido de deportação (que acabou saindo em 1972, mas foi arquivado três anos depois).
O serviço secreto britânico vasculhou a vida toda do ex-Beatle, até mesmo um suposto apoio financeiro dado ao Exército Republicano Irlandês (IRA). Isso porque Lennon dera várias declarações de apoio ao grupo terrorista e até participou de um protesto em Londres segurando um cartaz que dizia “Para o IRA – Vitória Contra o Imperialismo Britânico”.
A banda inglesa de reggae UB40 também esteve na mira do MI5. Os membros do grupo tiveram seus telefones grampeados por 15 anos, para descobrir possíveis conexões comunistas, e agentes do serviço secreto ouviam suas músicas em busca de provas de tendências subversivas.
No Reino Unido, ao contrário do que ocorria no Brasil daquela época, ninguém foi preso, interrogado ou torturado. Mas, exatamente como aconteceu aqui, muitos dos considerados “subversivos” chegaram ao poder anos mais tarde. Seis ministros do primeiro-ministro Tony Blair tiveram seus nomes fichados nos arquivos confidenciais. Entre eles está Jack Straw, atual secretário de Relações Exteriores.

Aventuras na História n° 033

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