Está provado: o compositor Ludwig van Beethoven foi mesmo
intoxicado por chumbo. A conclusão é do Centro de Estudos Beethovianos da
Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Na década de 1990, uma análise
do cabelo do músico já havia revelado indícios de contaminação pelo metal. Os
novos exames, feitos com base em fragmentos do crânio do compositor, são
definitivos e provam que a contaminação se deu por pelo menos 20 anos.
Beethoven morreu em 1827, aos 56 anos, vítima de doença
hepática. Os pesquisadores americanos ainda não sabem se sua morte foi causada
exclusivamente pela exposição ao metal nem a causa exata da intoxicação.
“Suspeito que ela tenha sido causada pelos canos de chumbo usados nas casas”,
diz o diretor do Centro de Estudos, William Meredith. No século 19, as
tubulações eram revestidas com o material para evitar a ferrugem, que deixava
gosto na água. Para Meredith, partículas de chumbo podem ter se soltado. Outra
hipótese para a contaminação é por meio de recipientes de cerâmica que
acondicionavam vinho. Segundo o químico John Emsley, autor de The Elements of
Murder (“Os elementos do assassinato”, inédito em português), os potes
costumavam ser revestidos com verniz feito à base de chumbo. O produto reagia
com o vinho produzindo acetato de chumbo – que acabava ingerido com a bebida.
Há suspeitas – não confirmadas – de que a substância tenha sido a causa da
perda de audição de Beethoven e ainda de sua expressão sempre séria.As vítimas do metal
Substância era usada para preservar vinho.
Entre os vários usos do chumbo, conhecido há 6 mil anos, o mais bizarro é o de preservação de alimentos e vinhos. Foram vítimas de intoxicação o imperador romano Cláudio, que governou entre 41 e 54, e o compositor George Frederick Handel (morto em 1759). Benjamin Franklin, Charles Darwin e Cristóvão Colombo foram contaminados provavelmente pelo hábito de beber vinho do Porto, que levava o metal.
Aventuras na História n° 030
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