Outro problema é que ele pode ser perigoso para o meio ambiente, pois, apesar de o produto lançado não ser tóxico, modificar o clima pode trazer resultados imprevisíveis no futuro. Mesmo com tantos poréns, o bombardeamento se espalhou nos últimos 50 anos porque é uma técnica relativamente barata. No Brasil, a experiência mais duradoura ocorreu no Ceará. Em 1972, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) criou um programa de chuva artificial, com o bombardeamento por aviões, para tentar refrescar o semi-árido nordestino. Como não houve nenhum aumento significativo nas precipitações, o projeto foi encerrado em 2000. "No sertão, a umidade do ar não consegue subir e levar vapor para as nuvens. Aparentemente, não adianta bombardear, mas seria preciso uma avaliação com equipamentos meteorológicos de última geração para dar uma resposta definitiva", diz o meteorologista David Ferran Moncunill, da Funceme.
Tempestade artificial
Partículas de cloreto de sódio são lançadas no céu.
APOSTA NA FUMAÇA
Uma das opções para produzir chuvas artificiais é usar queimadores terrestres. Eles torram um composto de cloreto de sódio (sal) e geram uma fumaça carregada de partículas que sobe até as nuvens. Apesar de simples, o método é impreciso, pois ventos fortes podem desviar o fluxo de fumaça.
DE OLHO NA ATMOSFERA
Um caminhão com radares móveis serve de laboratório para fornecer dados sobre a umidade atmosférica e detectar nuvens ideais para o uso do bombardeamento. Com base nos resultados, os pesquisadores decidem se a área está pronta para a técnica, seja por meio de queimadores terrestres, foguetes ou aviões.
ATAQUE TERRA-AR
Outra alternativa de bombardeamento é lançar pequenos foguetes carregados de sal. Ao atingir a nuvem ele é detonado e a explosão faz com que a carga seja liberada.
NEVOEIRO SALGADO
Na técnica mais comum, um avião sobrevoa a região que precisa de chuva a uma altitude média de 4 mil metros. Ao atingir as nuvens, ele libera uma solução de água com sal, causando um pequeno nevoeiro.
1 - Qualquer que seja a técnica usada, quando as partículas de cloreto de sódio chegam à nuvem, elas agem como núcleos de condensação, atraindo minúsculas gotinhas de vapor d’água (com diâmetro médio de 0,002 centímetro).
2 - Conforme a gota cresce, ela desaba com maior velocidade dentro da nuvem, colidindo e se juntando a outras gotas. A água da chuva está pronta para cair quando os pingos atingem cerca de 2 centímetros de diâmetro.
3 - A chuva começa quando os pingos de água adquirem peso suficiente para vencer o ar quente que as empurra para cima. Quando a técnica dá certo, pode começar a chover 30 minutos depois do bombardeio.
Revista Mundo
Estranho Edição 14/ 2003
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