Porque um cubo de gelo ou uma garrafa com temperatura em
torno de 0 °C têm a capacidade de resfriar facilmente o ar que está ao seu
redor. Além de ser formado por gases, o ar também apresenta vapor d’água. Com o
tal resfriamento, o vapor se transforma em um conjunto de gotículas, que
enxergamos como uma fumacinha. Na verdade, é algo mais parecido com uma nuvem
do que com fumaça, porque se trata de uma névoa formada por minúsculas gotas de
água. Outra diferença é que essa névoa não sobe como a fumaça comum, formada
quando alguma coisa queima. Como a temperatura das gotinhas é mais baixa que a
do ambiente, a névoa fica mais densa - e mais pesada - que o ar. "Por
isso, ela tende a descer. A mesma coisa acontece quando abrimos a porta de uma
geladeira: a umidade do ar em volta se condensa e também desce", afirma o
físico Cláudio Furukawa, da USP. O curioso é que o efeito varia de acordo com
as condições do clima: quanto mais úmido o ar, mais vapor haverá para ser
condensado.
Isso quer dizer que
se tirarmos uma cerveja supergelada do freezer de algum restaurante no calor
molhado de Manaus, por exemplo, vai aparecer um monte de fumaça em volta da
garrafa. Mas se a operação for repetida em uma mercearia na aridez do sertão
nordestino, a névoa com certeza será bem menor.
Revista Mundo Estranho Edição 14/ 2003
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