Esse pássaro simpático e gorducho desapareceu no século 17
com a chegada dos colonizadores ao seu hábitat, a ilha Maurício, a 1 900
quilômetros da costa africana, no oceano Índico. Pouco maior que um peru e pesando
cerca de 23 quilos, o dodô era um pombo gigante da família Raphidae. Como tinha
asas curtas e frágeis, não conseguia voar. Nem precisava. "A ave era muito
mansa e inofensiva, porque a ilha não tinha nenhum mamífero predador",
afirma o biólogo Manuel Martins, da Universidade Federal de São Carlos
(Ufscar). A vida boa do bicho durou só até os europeus aportarem em Maurício.
Primeiro foram os portugueses, em 1507. Mas a ação mais cruel foi a dos
holandeses, que colonizaram o lugar a partir de 1598. Com a pouca alimentação
nos navios, os marinheiros desembarcavam famintos e logo elegeram o dócil - e
saboroso - dodô como seu prato preferido. "As aves foram mortas aos
milhares, até mesmo a pauladas", diz Manuel.
Para piorar, animais
como cães, gatos e ratos trazidos pelas caravelas atacavam os ovos nos ninhos,
escondidos nos recantos do lugar. Com toda a matança, a espécie foi sumindo aos
poucos. Em 1681, menos de 100 anos depois da chegada dos holandeses à ilha, o
dodô foi declarado oficialmente extinto. Hoje, tudo o que resta do animal são
esqueletos em museus na Europa, nos Estados Unidos e também em Maurício.
Revista Mundo Estranho Edição 14/ 2003
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