É a Rafflesia arnoldii, popularmente conhecida como
flor-monstro. O apelido é bem apropriado: nas florestas da ilha de Sumatra, na
Indonésia, já foram encontrados exemplares de até 1 metro de diâmetro, pesando
11 quilos! Essa gigantesca flor é um parasita que sobrevive retirando
nutrientes das raízes de uma árvore chamada Tetrastigma. "A Rafflesia é
totalmente ajustada para essa função: não faz fotossíntese, não tem folhas,
caule ou raiz. O corpo da planta é composto apenas por uma rede de pequenos
vasos conectados à planta hospedeira", diz o botânico Philip Griffiths, do
Jardim Botânico Real de Kew, na Inglaterra. A flor enorme, que pode demorar até
um ano para desabrochar, é essencial para a propagação dessa espécie. "As grandes pétalas possuem muito mais osmóforos,
células produtoras de perfume para atrair as moscas que polinizam a flor.
Assim, o alcance do odor é maior e conseqüentemente
chama mais insetos", afirma o botânico José Rubens Pirani, da USP. Mas o
mesmo "perfume" que seduz as moscas afasta qualquer observador. Não é
à toa que o odor de carniça que a Rafflesia exala rendeu à planta outro apelido
nada lisonjeiro: lírio-podre. Bem mais nobre é o nome científico, uma homenagem
aos exploradores ingleses Stamford Raffles e Joseph Arnold, que descobriram a
flor em 1818 durante uma expedição em Sumatra.
Revista Mundo Estranho Edição 14/ 2003
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