Esse hábito, que ataca nove entre dez ansiosos, pode ser
perigoso, sim. A onicofagia - nome esquisito que os médicos dão para o ato de
roer as unhas - pode abrir machucados que servem de porta de entrada para vírus
como o HPV, causador de verrugas na pele. Tem mais. "Quem engole a unha
pode ter pequenas lesões no estômago ou no intestino", afirma o
gastroenterologista Aderson Damião, da Universidade de São Paulo (USP). Pior
que os problemas físicos é a dificuldade de abandonar a mania quando ela se
mantém após uma certa idade. "Sessenta por cento das crianças rói unhas,
mas a maioria larga na adolescência. Para o adulto que carrega o hábito desde
pequeno, é muito complicado parar", diz o dermatologista Marcello Menta
Simonsen Nico, do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
Geralmente, as
pessoas começam a roer as unhas por algum desequilíbrio emocional, como
ansiedade, medo ou insegurança. "Nesses casos, o hábito se torna uma forma
de descarregar tensões, de descontar no próprio corpo o que está errado",
diz a psicóloga Vânia Sartori, da Unifesp. Por isso, é importante tratar as
causas que levam a esse costume e não apenas ele em si. Ou seja, nada de
colocar pimenta nos dedos. Primeiro, é preciso descobrir o que está afligindo a
pessoa. Depois, com tratamento psicológico, ela esquece o hábito naturalmente.
Revista Mundo Estranho Edição 11/ 2003
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