Porque esse uniforme surgiu na mesma época em que foi criado
o sistema penitenciário moderno, nos Estados Unidos, no final do século 18.
Apesar de não ser obrigatório por lei, ele logo foi adotado como forma
universal de identificação dos presos. Acreditava-se que, por ser uma roupa
pouco comum, as listras atrapalhariam as fugas, tornando difícil para o
prisioneiro se misturar com outras pessoas e deixando-o visível tanto em
paisagens claras como escuras. Já o formato horizontal em pelo menos uma das
peças foi escolhido para evitar que o presidiário se camuflasse entre as barras
da cadeia. Mas existe também um antecedente histórico para a escolha desse
modelo de roupa. "As listras tradicionalmente
eram usadas para identificar classes marginalizadas. Na Idade Média, elas eram
uma espécie de símbolo das prostitutas.
Depois, foram usadas pelos marinheiros, que tinham
fama de libertinos", afirma o estilista João Braga, professor de História
da Indumentária do Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (Senac), em São
Paulo. No final do século 19, com os movimentos de humanização das prisões, o
uniforme foi abandonado, mas a simbologia da roupa listrada ficou no imaginário
popular. Nos últimos dez anos, porém, algumas prisões tiraram esse tipo de
traje do armário.
Revista Mundo Estranho Edição 12/ 2003
Nenhum comentário:
Postar um comentário