sexta-feira, 25 de maio de 2012

Adiós, general Franco

Cláudia de Castro Lima

Na calada da noite, para evitar publicidade, foi retirada de uma praça a última estátua do ex- ditador espanhol Francisco Franco que ainda restava em Madri. O monumento foi removido com a ajuda de um guindaste às 2h do dia 17 de março. A estátua do generalíssimo Franco em cima do lombo de um cavalo ocupava a praça San Juan de La Cruz, na entrada do Ministério do Meio Ambiente da Espanha, desde 1959.
Embora fosse madrugada, centenas de pessoas acompanharam a movimentação do governo espanhol. Algumas aplaudiam a iniciativa. Outras faziam a saudação fascista, com o braço esticado para a frente, agitavam bandeiras espanholas e até deixaram buquês de flores com os dizeres: “Obrigado, Franco, por ter salvo a Espanha do comunismo”.
Essa relação de amor e ódio com os espanhóis sempre acompanhou Francisco Franco. O ditador fascista governou seu país após ser vitorioso na sangrenta Guerra Civil, que ele mesmo deu início em 1939 (com o apoio dos nazistas), até sua morte, em 1975 – quando o processo de democracia, iniciado dois anos antes, foi concluído. Auto- intitulado “O Caudilho”, Franco deve grande parte de sua reprovação às dezenas de milhares de mortes que aconteceram na Espanha nos primeiros anos do início de sua ditadura.
A retirada do monumento da discórdia já estava sendo exigida por grupos de esquerda há alguns anos. Mas o conservador Partido Popular relutava em tirá-lo de lá, dizendo que era um símbolo que não deveria ser destruído. No entanto, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a estátua saiu de onde estava por causa de uma reforma no local e também porque a população assim queria. Ela foi deixada num depósito público.

Aventuras na História n° 021

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