Afinal, eles nos mostram do que era composto o universo antes de os próprios átomos terem se formado. Outra função desse sofisticado equipamento é pesquisar o que acontece no mundo das velocidades relativísticas - assim chamadas por causa da Teoria da Relatividade, criada pelo grande físico alemão Albert Einstein (1879-1955). A famosa teoria prevê acontecimentos bizarros para a matéria caso sua velocidade chegue próxima à da luz. Nessas condições, as partículas ficam com massa 20 vezes maior e vivem dez vezes mais tempo. Para um múon, tipo de partícula que vive só dois milionésimos de segundo, isso é pouco. Mas se fosse possível manter um ser humano a essa velocidade ele teoricamente viveria quase 1 000 anos! Enfim, apenas os grandes aceleradores são capazes de trazer para a prática esse mundo pra lá de estranho das teorias físicas. Aceleradores menores, do tamanho de uma sala, têm outras aplicações.
Eles criam jatos de partículas úteis, por exemplo, na medicina. "Um tumor de câncer pode ser combatido com feixes de prótons criados em aceleradores", diz o físico Alejandro Szanto, chefe do Departamento de Física Nuclear da Universidade de São Paulo (USP).
Big bang artificial Assim será o maior
acelerador de partículas da Terra
O acelerador LHC (sigla em inglês para Grande Colisor de
Hádrons), que está sendo montado perto de Genebra, na Suíça. Sua construção
consome 618 milhões de dólares por ano. Se tudo der certo, a obra termina em
2005. Veja agora o que acontecerá dentro da sua gigantesca estrutura1. Dentro do anel de 27 km de circunferência, bilhões de prótons, impulsionados por fortíssimos ímãs, serão atirados uns contra os outros a uma velocidade próxima à da luz (300 000 km/s).
2. Mais de 40 milhões de choques acontecerão a cada segundo. Isso ocorrerá no interior de detectores, para que os físicos saibam onde e como surgirão as partículas resultantes das colisões.
3. Quando dois prótons colidem, eles se despedaçam em quarks, elétrons e fótons
4. Quase que instantaneamente, quarks se unem para formar os chamados mésons. Também surgem os múons - um tipo de elétron 207 vezes mais pesado que o normal.
5. Ao estudar essas partículas, os físicos podem entender melhor a natureza da matéria e ter uma idéia de como ela se formou após o Big Bang.
Revista Mundo Estranho Edição 7/ 2002
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