quinta-feira, 31 de maio de 2012

Papa assassino?

Roberta Faria

Não existem provas concretas de algum candidato ter feito isso para se livrar de um concorrente. Mas história de papa que foi morto a mando de nobres descontentes ou de religiosos que queriam seu cargo é o que não falta – há, pelo menos, dez casos assim. Leão V é um exemplo: foi morto em 903 por ordem de Cristóvão, que, assim, papou o papado. Bento VI é outro. Ele foi estrangulado em 974 supostamente a pedido de seu sucessor, Bonifácio VII. O jogo sujo predominou especialmente na Idade Média, quando o posto de papa era muito mais político do que religioso. A eleição não era fechada e secreta como hoje, e as alianças partiam de religiosos apoiados por nobres sedentos por compartilhar o poder papal. As disputas deram origem a uma gigantesca lista de acusações – mas, muitas vezes, a identidade dos algozes não foi descoberta. João VIII, por exemplo, foi morto a marteladas porque o veneno dado a ele não fez efeito, em 882. No século 14, Benedito XI teria morrido por comer vidro moído misturado a figos. E o papa Alexandre VI, então? A dose de arsênico que o matou em 1503 foi tão grande que seu corpo inchou e foi preciso que pulassem sobre sua barriga para fechar o caixão. A lista continua, e poderia incluir também planos frustrados, como a tentativa de matar Leão X. Para tratar suas hemorróidas, contratou-se um cirurgião que, em vez dos devidos ungüentos, colocaria veneno no ânus de Leão X. A tramóia, dessa vez, foi descoberta a tempo.
Aventuras na História n° 022

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