Não existem
provas concretas de algum candidato ter feito isso para se livrar de um
concorrente. Mas história de papa que foi morto a mando de nobres descontentes
ou de religiosos que queriam seu cargo é o que não falta – há, pelo menos, dez
casos assim. Leão V é um exemplo: foi morto em 903 por ordem de Cristóvão, que,
assim, papou o papado. Bento VI é outro. Ele foi estrangulado em 974
supostamente a pedido de seu sucessor, Bonifácio VII. O jogo sujo predominou
especialmente na Idade Média, quando o posto de papa era muito mais político do
que religioso. A eleição não era fechada e secreta como hoje, e as alianças
partiam de religiosos apoiados por nobres sedentos por compartilhar o poder
papal. As disputas deram origem a uma gigantesca lista de acusações – mas,
muitas vezes, a identidade dos algozes não foi descoberta. João VIII, por
exemplo, foi morto a marteladas porque o veneno dado a ele não fez efeito, em
882. No século 14, Benedito XI teria morrido por comer vidro moído misturado a
figos. E o papa Alexandre VI, então? A dose de arsênico que o matou em 1503 foi
tão grande que seu corpo inchou e foi preciso que pulassem sobre sua barriga
para fechar o caixão. A lista continua, e poderia incluir também planos
frustrados, como a tentativa de matar Leão X. Para tratar suas hemorróidas,
contratou-se um cirurgião que, em vez dos devidos ungüentos, colocaria veneno
no ânus de Leão X. A tramóia, dessa vez, foi descoberta a tempo.
Aventuras na
História n° 022
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